A disputa pela habitação em Brasília: é tempo de Resistência!

Ananda de Melo Martinsi

A questão da habitação é uma das principais urgências cotidianas existente em meio a disputa na composição da cidade contemporânea no Brasil e em diversos outros países. Trata-se de uma demanda histórica. Em Brasília há registros que indicam que essa problemática se configura já no período de construção da cidade. O plano de construção da capital federal previa a criação das “cidades satélites” a partir do momento em que a área planejada, denominada de Plano Piloto, atingisse o patamar de 500 mil habitantes.

No entanto, em 1960 já haviam sido criadas três cidades satélites: Taguatinga (1958), Sobradinho e Gama (1960); e em meados da década de 1960 já havia outras duas cidades satélites estabelecidas oficialmente: Paranoá (1964) e Guará (1966).

As cidades satélites passaram a ser chamadas de Região Administrativa (RA), e atualmente são 31 a compor o município de Brasília (DF), incluindo o Plano Piloto (RA I) que corresponde à cidade planejada por Lúcio Costa sob os preceitos da Carta de Atenas, onde se reconhece mundialmente os edifícios projetados por Oscar Niemeyer. Para além do plano urbanístico se observa a cidade símbolo de um discurso de igualdade social a reproduzir, desde o primeiro momento, a mesma dinâmica das demais cidades brasileiras. Sua estrutura desigual, hierárquica e fragmentada se consolida com a implementação da política neoliberal e impacta a realização da vida e da organização coletiva. Ao mesmo tempo é incapaz de impedir completamente que a reivindicação da cidade sob a perspectiva da justiça social surja a partir de diferentes organizações coletivas.

Em torno da demanda da habitação se constituíram em Brasília inicialmente organizações coletivas atreladas às associações de moradores. Na atualidade, a atuação dos movimentos sociais de luta pela moradia apresenta maior combatividade. Explicitam a tensão e os conflitos entre o direito de morar e a atuação dos agentes públicos do Estado, que muitas vezes ao invés de garantir o direito de todos prioriza viabilizar os interesses de alguns. Ou seja, o direito assegurado pela Constituição Federal Brasileira de 1988 passa a ser submetido aos interesses de agentes privados que assumem a habitação enquanto mercadoria.

Essa realidade tem sido confrontada por diferentes movimentos sociais. Em Brasília assume protagonismo o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que tem se destacado nacionalmente por suas ações em São Paulo, e iniciou em 2010 a organização da coordenação estadual na capital federal. A principal estratégia de pressão do MTST/DF são as ocupações urbanas que denunciam o favorecimento por parte do Estado à especulação imobiliária. São espaços que possibilitam intensificar a mobilização para construção da resistência urbana enquanto prática coletiva, de modo a massificar a ideia de que o morar, enquanto direito social básico e universal, não pode ser reduzido à moradia, enquanto privilégio para aqueles que podem pagar.

Fonte: Brasil de Fato (2012); O Miraculoso (2013).
Fonte: Brasil de Fato (2012); O Miraculoso (2013).

Entre as principais ocupações urbanas realizadas em Brasília tiveram grande repercussão em 2012 a ocupação Novo Pinheirinho (Ceilândia), e em 2013 a ocupação com mesmo nome fixada em Taguatinga, que resultou no auxílio emergencial e a criação do auxílio aluguel até que as casas do programa habitacional sejam entregues.

Ocupações Novo Pinheirinho – Ceilândia e Taguatinga, respectivamente

Ocupação Maria da Penha – Planaltina, Brasília/DF

Foto: Ananda Martins, Fev./2015.
Ocupação Maria da Penha – Planaltina, Brasília/DF
Foto: Ananda Martins, Fev./2015.

Em 2014, além de vários atos em conjunto com o Comitê contra as violações da Copa do Mundo, realizaram também ocupações no Ministério da Fazenda do DF. Em fevereiro de 2015 o MTST/DF realizou uma ação inédita com a ocupação simultânea de seis áreas do DF iniciando uma intensa mesa de negociação com o governo recém-eleito, com indicativo de novas conquistas.

Tem-se uma organização coletiva de luta pela casa? Sim! Porém, a casa representa mais que o teto para a população pobre que continua sendo empurrada para áreas cada vez mais periféricas, em condições de precarização cada vez maior; realidade que, ao mesmo tempo, cria, a sua revelia, as condições de organização coletiva que se dá inicialmente sob a identificação da realidade vivida.

Os Movimentos Sociais Urbanos têm desempenhado um papel importante ao negar a redução do espaço urbano a uma mercadoria. Assim, de alguma forma, desvelam a possibilidade de ruptura com os preceitos econômicos capitalistas postos por meio da ação política. Para essa apropriação, a Reforma Urbana se torna central para àqueles que excluídos no processo de fragmentação sócio-espacial se transformam nos protagonistas da luta pelos direitos sociais de interesse coletivo, e contra os interesses individuais de instituições, empresas e grandes corporações. Indicam o residual que escapa à política dos planos e planejamentos que ao fim criam perspectivas dicotômicas para delimitar a lógica segregadora a que servem na prática, realidade que faz com que a disputa se intensifique e torne ainda mais explícita a opção de atuação dos MTST/DF: na intensificação da luta por meio da ocupação cidade, é tempo de resistência!

Para mais informações:

DE MELO MARTINS, Ananda. «O direito à Cidade e o Estatuto da Cidade: a Produção Política da Sociedade e as Resistências Urbanas». Em: Anais do VI Congreso Iberoamericano de Estudios Territoriales y Ambientales – CIETA, (São Paulo 08-12 de setembro de 2014). Anais online. ISBN: 978-85-7506-232-6: [s.n.], 2014. P. 880-896. Disponível em http://6cieta.org/arquivos-anais/eixo3/Ananda%20de%20Melo%20Martins.pdf

i Ananda de Melo Martins é geógrafa, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade de Brasília, bolsista do Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior financiado pela CAPES..

¿Qué fue de la caña?

La recuperación de un material de construcción ancestral y de sus técnicas

Marc Fando *

“Por cada cien cañas peladas, pagaban una peseta!” recordaba nostálgico uno de los trabajadores del Museu d’Art de Girona mientras retirábamos la instalación de “Investigació Canyera” del festival Temps de Flors 2015. Muchas son las personas que recuerdan a un abuelo apilando cañas para su huerto de tomates, las vallas de cañizo o al cestero trabajar con esta planta invasora tan naturalizada en nuestras tierras, que incluso Serrat la homenajea en su mítica canción “Mediterráneo”.

La caña (Arundo Donax L) es, en efecto, es una especie vegetal invasora, procedente de Asia, que coloniza las riberas de nuestros ríos, torrenteras y canales, sobre todo en los climas mediterráneos, desplazando a la vegetación autóctona de ribera, y en consecuencia, generando un desequilibrio en los ecosistemas fluviales. Antiguamente, gracias a la explotación y uso masivo al que esta planta estaba sometida, ésta parecía no representar un problema grave para dichos ecosistemas.

Fotografía gentileza: Instituto del Patrimonio Cultural de España

Por los restos arqueológicos encontrados en algunos yacimientos ibéricos (como el de Montbarbat, en Lloret de Mar, donde la huella de las cañas aparece en un adobe de barro) se cree que al menos des de hace más de dos mil años la caña está presente en la cuenca Mediterránea occidental y que se usaba en construcción. Otros estudios sitúan su introducción masiva mucho más tarde, sobre los inicios del siglo XVI, y en este caso se cultivaba para la formación de barreras o cortavientos, como material de construcción y como fijación para el control de la erosión en canales de drenaje.

Si nos fijamos un poco, encontramos un uso intensivo de este material en cada rincón de nuestra geografía: Desde las Barraques del Detla de l’Ebre, las de canya i borró de la huerta de Valencia, inmortalizadas por Blasco Ibáñez en su célebre novela, los secadores para higos y pasas en Fraga, los falsos techos de l’Eixample de Barcelona, como encofrados y cimbras en bóvedas medievales de l’Empordà, como techo o forjado (entrevigado) que encontramos des de las masías de Girona hasta las casas de las Alpujarras (Andalucía), también en tabiques y paredes, mezclada con yeso, con tierra con cal, trenzada, cosida, abierta, entera…

Pero el olvido un día llegó, implacable: el progreso de los materiales industriales desplazó de la obra a la caña y apenas se supo nada más de ella. Seguramente por el boom de la construcción, por el abandono del campo, en la época de la gran industrialización de los años 60 y 70 del pasado siglo, o simplemente porqué quedó obsoleta, se perdió y con ella los oficios y artesanos relacionados cn la caña: los cesteros, los constructores de barracas, los cañizadores, etc. Todos ellos pasaron a la historia, a formar parte de museos etnográficos, del patrimonio perdido de España, de los programas de televisión nostálgicos de una época reciente tan lejana como desconocida. Se abandonaron las herramientas y los maestros de obra y artesanos no tuvieron aprendices a quienes enseñar el oficio, que de no remediarse, se perderá con ellos inexorablemente.

Sin embargo ni el olvido ni la marginación de estas técnicas en los planes de estudio han desanimado a algunos grupos de estudiantes y profesionales vinculados al mundo de la arquitectura para emprender un viaje a través de este material. Y es así, mediante la investigación, la experimentación y el trabajo, se pueden recuperar estos conocimientos aplicados a nuevas formas y espacios adaptados a las necesidades actuales. Porqué es así, sólo mediante la investigación y la divulgación que seremos capaces de revalorizar este conocimiento, y este material.

No tenemos que olvidar, pero, que nos encontramos ante la complicada tarea de rescatar el conocimiento acumulado durante años y siglos por artesanos y gremios, cuyos únicos testigos se encuentran más allá de la edad de jubilación.

Esperamos que con la reciente la aprobación del Plan Nacional de la Arquitectura Tradicional, se consiga el apoyo institucional necesario para poder respirar un poquito más tranquilos y mirar al futuro con la confianza suficiente para avanzar y no repetir los errores del pasado reciente. Porqué si algo nos ha ensañado el camino andado hasta ahora, es que es muy fácil perder el conocimiento de los buenos oficios, y es muy difícil recuperarlo para volver a empezar.

Para mayor información:

INVESTIGACIÓ CANYERA. Estudio del comportamiento mecánico de arcos de caña Arundo Donax. Revista EcoHabitar, Septiembre 2013, nº 39 < http://www.ecohabitar.org/>.

Marc Fando es arquitect y miembro del grupo Investigació Canyera, Barcelona

<https://investigaciocanyera.wordpress.com/>

Derecho a la ciudad, rescatar a las personas, mejor democracia. Nueva agenda para los gobiernos locales en España

por Juan Romero y Andrés Boix

El “giro neoliberal” de las políticas para la ciudad arranca en España desde la segunda mitad de los noventa del siglo XX. Ha sido un modelo al servicio de las elites y en el caso de las ciudades al servicio de promotores inmobiliarios y determinados sectores de negocio. Es en las ciudades, en especial desde 2009, donde se han hecho visibles las consecuencias de ese modelo y los efectos de la recesión y las consecuencias de las políticas de recorte del gasto en servicios públicos fundamentales.

En un momento en el que los gobiernos locales son más necesarios que nunca, dada la profundidad de la crisis social, el gobierno central pretende recortar sus competencias y capacidades y quiere convertirlos en administraciones tuteladas y sin capacidad política. Parecía que el amplio consenso académico y profesional existente acerca de la necesidad de otorgar a los municipios nuevas competencias y capacidades se concretaría, también en España, en una nueva etapa presidida por el impulso a la descentralización, el empoderamiento a los municipios y la incentivación de la cooperación entre gobiernos locales. Sin embargo, el gobierno conservador ha decidido transitar en dirección contraria: recentralización política, limitación de la autonomía municipal y reducción de las capacidades de los municipios para desarrollar políticas públicas. Esta es la primera interpretación que cabe hacer de la intención que subyace en la ley 27/2013, de 27 de diciembre, de Racionalización y Sostenibilidad de la Administración Local. Más que una ley pensada para afrontar los nuevos retos del municipalismo del siglo XXI parece inspirarse en viejas concepciones ancladas en el siglo XIX. Una iniciativa que se entiende mal, que no resultará eficaz, que puede dejar vacíos e indefiniciones en la prestación de servicios, que puede afectar de forma negativa a amplios colectivos y que además pretende alejarse de aquello que debiera ser propio de un Estado compuesto con distintos niveles de gobierno.

No obstante, pese a los intentos de bloqueo de la democracia municipal con la Ley de Racionalización y Sostenibilidad de la Administración Local, los ciudadanos siempre encuentran su propio cauce para expresarse, para innovar, para participar, para implicarse, para solidarizarse, para resistir, para indignarse o para reclamar. También los gobiernos locales sabrán encontrar espacios para proseguir con el extenso despliegue de políticas, sean paliativas o innovadoras, que den respuesta a los problemas concretos de sus conciudadanos. Mientras la ley de Racionalización es derogada o, en su caso, declarada no ajustada al texto constitucional, nosotros sostenemos que, de existir voluntad política, hay amplias posibilidades competenciales, de cooperación o de ejecución vía delegación de competencias para los gobiernos locales. También para la colaboración a escala supramunicipal. En prácticamente todos los grandes ámbitos en los que muchos gobiernos locales han venido desarrollando las llamadas “competencias impropias”, muchas de las cuales con la ley vigente quedarían suprimidas, podrían seguir desarrollándose de existir voluntad política en la escala regional: promoción económica, política territorial, educación, servicios sociales, vivienda, movilidad, prestación de servicios en municipios rurales… De otra parte, el banco de buenas prácticas que ya conocemos y que se desarrolla en centenares de ciudades y municipios españoles es de tal volumen que desborda por completo cualquier intento de limitación de la capacidad de innovación existente.

El modelo de políticas neoliberales para la ciudad ha sido mayoritariamente rechazado por los ciudadanos. Los resultados electorales del pasado 24 de mayo de 2015 han supuesto un enorme cambio en el mapa municipal español. Los ciudadanos hemos optado por gobiernos plurales en la escala local y regional. Hemos decidido situar en el centro de atención conceptos fundamentales como pacto, coordinación, cooperación, gobierno multinivel, transparencia, participación, inclusión y justicia social, ética pública y decencia. En definitiva, otra forma de entender el gobierno y la democracia. Una clara señal de querer dejar atrás patologías institucionales, actitudes prepotentes y episodios reiterados de corrupción política.  Y el mejor antídoto, así lo hemos entendido de forma mayoritaria, es impedir mayorías absolutas.

El cambio ha sido de tal profundidad que en muchas grandes ciudades y en centenares de municipios los ciudadanos han otorgado la responsabilidad de gobernar a nuevas plataformas ciudadanas surgidas de movimientos sociales durante estos últimos años. Este nuevo panorama no sólo afecta a las mayorías, sino que también tiene que ver con las demandas de los ciudadanos y sus exigencias de una nueva representatividad. Frente a la constatación, cada vez sentida por más gente, de que «no nos representan», las elecciones han permitido elegir a personas nuevas más en sintonía con las preocupaciones de la mayoría de los ciudadanos. Unas preocupaciones que han de centrar el quehacer de los nuevos ayuntamientos como habrían de haberlo hecho también en el pasado, lo que desgraciadamente no ha sido el caso.

Los resultados electorales abren la posibilidad de poder impulsar otro modelo de ciudad y una verdadera nueva Agenda Local para el cambio desde abajo, un cambio que ha de poner nuestras Administraciones públicas al servicio de los ciudadanos y a nuestros Ayuntamientos a disposición de sus vecinos. Porque los Ayuntamientos han de tener ante todo una prioridad: mejorar a toda costa las condiciones de vida de la gente. Para ello será necesario evaluar en toda su dimensión el creciente proceso de segmentación, precarización y aumento de las desigualdades en nuestras sociedades y analizar sus consecuencias políticas, sociales y culturales. Proponer algún tipo de alternativa para poblaciones mayoritariamente urbanas que expresan un grado de inseguridad, vulnerabilidad, incertidumbre y desconcierto respecto del futuro como nunca en las últimas décadas. Anticiparse y abordar las causas profundas que explican el creciente malestar urbano. Imaginar una nueva generación de políticas públicas adecuadas a un contexto geopolítico, económico, social, cultural y ambiental muy diferente y en gran medida nuevo.

Pero las ciudades serán también motores del cambio y la innovación política. Y en muchos casos, tras un formidable trabajo de desescombro para restaurar la confianza en las instituciones, los gobiernos locales tendrán que dar contenido real a conceptos hoy devaluados, como sostenibilidad, transparencia o buen gobierno, y al propio tiempo impulsar una nueva agenda de innovaciones democráticas y de regeneración donde la integridad institucional, los códigos éticos y de conducta y el control ciudadano sean la norma.

No hay por tanto excusas. Los nuevos gobiernos constituidos navegan ahora con la fuerza del viento a favor. La fuerza que otorga la confianza depositada por millones de ciudadanos que reclaman otras políticas para la ciudad. Todos los estudios recientes evidencian el desarrollo de una nueva cultura política y cívica en las ciudades y municipios, en especial entre los más jóvenes. Sobre esa base, los gobiernos locales pueden ayudar a construir algo nuevo y mejor.

Para mayor información:

ROMERO GONZÁLEZ, Juan y BOIX PALOP, Andrés (Eds.). Democracia desde abajo. Nueva agenda para el gobierno local, Valencia: Publicacions de la Universitat de València, Colección Desarrollo Territorial, nº. 17, València. La publicación es de libre acceso y puede descargarse (en PDF) desde aquí

Juan Romero González es catedrático de Geografía Humana en la Universidad de Valencia

Andrés Boix Palop es profesor titular de Derecho administrativo en la Universidad de Valencia

La costa mediterránea española: un retiro no tan dorado

Joan Carles Membrado*

En 2014, por primera vez desde 1990, se observa un descenso a nivel estadístico en el número de retirados de alto poder adquisitivo que dedicieron instalar su residencia en la costa mediterránea española, cuyo volumen era cercano a las 450.000 personas en 2012.

El 95 por ciento de los inmigrantes mayores de 55 años llegados a España durante las últimas dos décadas se instaló en las zonas más cálidas y soleadas del territorio español: el litoral de clima mediterráneo, y también las islas Canarias. Este tipo de inmigrantes de alto poder adquisitivo, también llamados «turistas residenciales», fue atraído por grandes empresas de la construcción y promotores inmobiliarios, que tendían a concentrar inmigrantes de la misma nacionalidad (alemana, inglesa, holandesa, noruega, sueca…) en ciertas áreas, con el fin de optimizar recursos y costes, tratando de vender cada urbanización en un solo país. Se crearon así colonias de personas de una misma nacionalidad, las viviendas de las cuales eran buscadas por los inmigrantes retirados que, al desconocer la lengua del país de acogida, se encontraban más seguros si podía vivir entre vecinos del mismo país. Algunos promotores, banqueros y políticos se enriquecieron gracias a la especulación del suelo y el crecimiento urbano ilimitado durante la burbuja inmobiliaria española (1998-2007), y un considerable número de empresas y bancos gestores de dichos proyectos acabó quebrando, incapaces de prever la crisis económica que estalló en 2007.

El «turismo residencial» atrajo mucha mano de obra a la costa mediterránea española para dar servicio a los inmigrantes retirados, cuyo gasto estaba asegurado gracias a las pensiones que recibían desde sus países. Sin embargo, la rápida inmigración tanto de jubilados como de personas que trabajaban para ellos ha congestionado algunas zonas de la costa mediterránea, en especial la Costa Blanca, y ha saturado determinadas infraestructuras (sanitarias, viarias, eléctricas, de agua…). Algunos de los primeros inmigrantes que hace décadas decidieron instalarse en idílicas zonas rurales de la arcádica costa mediterránea se han visto privados de esta tranquilidad conforme los promotores, con la complicidad de las autoridades locales y regionales, han construido sobre antiguos terrenos catalogados como rústicos, proceso que se aceleró desde la aprobación de la ley del suelo de 1998, que permitía la edificación sobre cualquier terreno que no estuviese expresamente protegido. La falta de una planificación urbana adecuada, que habría hecho posible el control de los excesos de los promotores, ha llevado a la construcción incontrolada de extensas áreas suburbanas, lo que a su vez ha infligido un daño irreversible al medio ambiente y al paisaje, que ha perdido campos, montañas y bosques.

Además, cabe destacar la falta de cohesión territorial y social entre los inmigrantes jubilados noreuropeos y la gente local, que a menudo los considera como meros consumidores de productos y servicios. Una medida para evitar el aislamiento de los turistas residenciales sería conectar las urbanizaciones periféricas donde viven con los centros urbanos a través del transporte público, paseos peatonales y carriles bici, además de dotarlas de zonas verdes y servicios públicos.

Si los políticos locales de la costa mediterránea no empiezan a trabajar de una manera más racional y sostenible, tal vez los inmigrantes jubilados noreuropeos que ahora viven allí podrían no tener reemplazo. Los datos del Instituto Nacional de Estadística (INE) de 2014 nos indican un descenso alarmante de 85.000 retirados (gente de más de 55 años) procedentes de países europeos más ricos que España. No obstante, hay que tomar con cautela esta cifra, ya que en realidad lo que ha pasado es que el INE ha hecho una depuración del padrón de extranjeros (muchos municipios sobrevaloraban su población extranjera para poder recibir más ayudas estatales), lo que ha implicado un descenso acusado de la población perteneciente a este colectivo. No se puede hablar, por el momento, de un éxodo masivo, pero habrá que estar atento durante los próximos años a los movimientos de este colectivo de población, pieza clave para la economía local de algunas áreas del litoral mediterráneo español.

Joan Carles Membrado Tena es profesor de Geografía en la Universitat de València (España)

Para mayor información:

MEMBRADO TENA, Joan Carles. Migración residencial y urbanismo expansivo en el mediterráneo español. Cuadernos de Turismo, 2015, nº 35; pp. 259-285 Universidad de Murcia. [En línea]. http://revistas.um.es/turismo/article/view/221611/173111

Construcciones defensivas en el Mediterráneo. Un recurso turístico a explotar

CONSTRUCCIONES DEFENSIVAS EN EL MEDITERRÁNEO. UN RECURSO TURÍSTICO A EXPLOTAR

Álvaro Francisco Morote Seguido*

La Huerta de Alicante, en la costa Mediterránea de España, y sus torres de defensa son un conjunto patrimonial que se podrían aprovechar para incorporar al mercado turístico de la ciudad de Alicante. Las torres de defensa son construcciones de los siglos XV-XVII que fueron utilizadas para que la población se refugiara ante los continuos ataques de piratas procedentes del Norte de África. En la actualidad, algunas de ellas han desaparecido o se encuentran en ruinas a pesar de estar declaradas Bien de Interés Cultural (BIC). Se debe promocionar la Huerta de Alicante y sus torres de defensa con la propuesta de una ruta turística.

La Huerta de Alicante se localiza en un espacio geográfico que comparten varios municipios de la comarca de l’Alacantí. Estos son, Alicante (La Albufereta, Cabo de la Huerta, Playa de San Juan, La Condomina y Santa Faz) y los pueblos de Sant Joan, Mutxamel y El Campello. Históricamente ha sido una zona agrícola organizada en torno al antiguo sistema de riego del Río Monnegre desde época musulmana. El conjunto compuesto por la Huerta de Alicante y sus torres de defensa es un producto turístico más que se puede añadir a la oferta turística-patrimonial existente en la ciudad de Alicante (Castillo de Santa Bárbara, Tabarca, Casco Antiguo, etc.), para así mejorar y ampliar su oferta. Por ello, se propone promocionar tanto la Huerta como sus torres con la realización de una ruta turística.

Esta nueva oferta deberá intentar no imitar fórmulas que ya son utilizadas en otros destinos. Por lo tanto, se intentará aplicar una oferta diferenciada del resto de productos turísticos-patrimoniales de Alicante para tener posibilidades de sobrevivir en el mercado turístico actual. Ello conlleva buscar elementos que permitan diferenciarse del resto de destinos que proponen productos de gran similitud, y entre los que apenas existen diferencias, basados únicamente en mejorar su oferta.

La ruta turística que se propone por el antiguo espacio de la Huerta, incorporará tanto las torres como otros elementos asociados a ellas (casas y masías huertanas, bodegas, ermitas, construcciones hidráulicas, el propio paisaje de la Huerta y los caminos históricos). No es el primer caso en la provincia de Alicante que una ruta tiene en cuenta elementos patrimoniales de carácter defensivo. Por poner un ejemplo, destaca entre otras, la Ruta de los Castillos del Vinalopó que tiene como hitos a visitar las fortalezas de distintas localidades (Novelda, Petrer, Elda, Sax, etc.).

Figura 1. Vista de la Huerta de Alicante y la Torre y Monasterio de Santa Faz desde la Torre de las Rejas

Fuente: foto de los autores

Una de las peculiaridades de la Huerta de Alicante es la presencia de un gran número de torres de defensa, ya que llegaron a contabilizarse más de cuarenta. El conjunto de la totalidad de estas construcciones era un sistema interconectado visualmente, ya que la disposición de éstas permitía apreciar perfectamente todas las tierras situadas entre las torres y el mar, logrando la visibilidad entre unas y otras, que en caso de llegada de piratas, facilitaba la labor de alarma y evacuación. Se encuentran ubicadas a unas distancias que varían entre los cien y seiscientos metros de longitud, dando una imagen de este espacio como “un gran castillo pero sin murallas”. El número de torres que se ha podido documentar en la Huerta de Alicante ascendía a cuarenta y tres, aunque en la actualidad sólo quedan en pie veinticinco. En el término municipal de Alicante destacan las de la partida de La Condomina (doce torres), en La Albufereta (cinco torres), en Santa Faz (una torre), mientras que el resto se localizan en los municipios de Sant Joan (cuatro torres) y Mutxamel (tres torres).

La ruta propuesta se ha tenido en cuenta la posibilidad de visitar las torres, hecho complicado ya que la mayoría de ellas son de propiedad privada. Ante esta dificultad añadida, ya que los propietarios son reacios a permitir el acceso a ellas, la visita por el interior de las torres se hará en aquellas que son propiedad del Ayuntamiento de Alicante (Torre de Sarrió), mientras que en el resto, la visita será desde el exterior con la observación de los diferentes elementos que la conforman. Además, se han incorporado al itinerario diferentes propuestas para mejorar, aún si cabe el disfrute de los visitantes (Centro de Interpretación y zonas de descanso y de recreo). No obstante, también se podría proponer un acuerdo entre el Ayuntamiento de Alicante y los propietarios de éstas, para que la administración se encargue del mantenimiento y restauración de estas construcciones, a cambio de poder facilitar el acceso por parte de los propietarios.

Figura 2. Torre de Sarrió (imagen izquierda) y Torre de Boter (imagen derecha)


Fuente: Fotos de los autores

Esta propuesta que incluye recursos patrimoniales puede ser un factor clave para la mejora del desarrollo turístico de la ciudad de Alicante. Diferentes iniciativas por parte de organizaciones culturales han dado como resultado la puesta en marcha de la señalización de algunas de las torres y la mejora y accesibilidad de carriles de bicicleta en esta área para el disfrute de estas construcciones.

También se han incluido diferentes elementos como, casas, ermitas, aljibes, sistema de riego, etc., al igual que el paisaje de la Huerta en sí, ya que este espacio debe entenderse como un conjunto patrimonial con un valor simbólico y que es digno de promocionar. Esta ruta podría ser aprovechada por los turistas que se alojan en los apartamentos en verano en la zona de la Playa de San Juan y alrededores para ofertar otro producto turístico más, y aprovechar la llegada de los cruceros que visitan la ciudad de Alicante durante todo el año para que los viajeros puedan realizarla ruta. Alicante tiene una oportunidad para aprovechar y añadir a su oferta turística-patrimonial las torres de defensa de la Huerta de Alicante, al igual que se ha llevado a cabo con el Castillo de Santa Bárbara o la Isla de Tabarca.

Para mayor información:

MOROTE SEGUIDO, Álvaro Francisco y MEDINA ARAGÓN, Rocío Esperanza. La Huerta de Alicante y sus torres de defensa: propuesta de una ruta turística. Cuadernos de Turismo, 2015, 25, p. 287-309.

*Álvaro Francisco Morote Seguido es becario predoctoral del Instituto Interuniversitario de Geografía de la Universidad de Alicante. España.

ASSÉDIO NO TRABALHO: UMA REALIDADE PARA AS TRABALHADORAS LATINO-AMERICANAS

“Eu falei que não ia estuprar você porque você não merece!” Foram as palavras ditas por Jair Bolsonaro, do Partido Progressista (PP), no plenário da Câmara dos Deputados brasileiros em dezembro de 2014. O deputado se dirigia à sua colega de trabalho, Maria do Rosário do Partido dos Trabalhadores (PT). Esse exemplo, ainda que não possa ser considerado como assédio moral, serve de mote para refletir sobre um problema social que atinge os trabalhadores e trabalhadoras da América Latina.

Apesar de ainda não haver um regramento quanto ao assédio a Organização Internacional do Trabalho (OIT), por meio da convenção nº 111, trata da discriminação referente ao emprego ou profissão. A discriminação baseada nas relações de gênero seria a base para tornar as mulheres as principais vítimas do assédio.

Segundo o Panorama Laboral 2014 da OIT, Brasil, México e Argentina possuem cerca de 65% da população economicamente ativa urbana da América Latina e Caribe. Devido ao fato de serem os países com a maior concentração de trabalhadores(as) latino-americanos(as), apresentamos brevemente a situação de cada um em relação ao tema.

No Brasil, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) define o assédio moral como “toda e qualquer conduta abusiva (gesto, palavra, escritos, comportamento, atitude etc.) que, intencional e frequentemente, fira a dignidade e a integridade física ou psíquica de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho”. Em 2001, com a Lei nº 10.224 do Código Penal, o assédio sexual passou a ser considerado crime. Em 2010 o MTE criou uma cartilha, com o intento de subsidiar os atores sociais na consolidação de relações de trabalho mais dignas para a classe trabalhadora.

Ilustração de Assédio Moral e Sexual pela Cartilha do Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil  Fonte: Cartilha Assédio Moral e Sexual no Trabalho (MTE, 2010).
Ilustração de Assédio Moral e Sexual pela Cartilha do Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil Fonte: Cartilha Assédio Moral e Sexual no Trabalho (MTE, 2010).

Segundo a cartilha, a maioria das vítimas de assédio no trabalho é mulher e negra. Trata-se de uma dupla discriminação. Também demonstraram que mulheres e homens reagem de maneira diferente quando vítimas de assédio, que reflete uma concepção patriarcal.

No México, em 2013, uma publicação da Gaceta Parlamentaria, argumentava sobre a necessidade da criação de um marco legal que puna os assediadores e proteja o direito das vítimas. A Lei Federal do Trabalho passou por uma reformulação em 2012 e estabeleceu que não poderia haver discriminações de gênero no trabalho. No 3º artigo há o destaque para o assédio sexual que, no Código Penal Federal, apenas será punível quando causar lesão. A empresa OCC Mundial divulgou que 51% dos profissionais mexicanos sofreu algum tipo de assédio no trabalho e destacou que destes, 70% consideraram que ambos os gêneros estão expostos a sofrer intimidação laboral. Indicando o quanto pode ser velada a tendência do assédio às trabalhadoras. A necessidade de haver provas do ocorrido dificulta, em muitos casos, que a vítima possa denunciar ou obter algum resultado quanto à punição do assediador.

Na Argentina, a Lei, nº 23.592 de 1988 procurou inibir atos discriminatórios. Segundo a Associação Cidadã pelos Direitos Humanos da Argentina, dos 24 distritos do país, somente três possuem algum tipo de regulação em relação ao assédio: a cidade de Buenos Aires e as províncias de Buenos Aires e Santa Fé. Destacando que a segunda possui a lei de assédio sexual somente para a administração pública e a última é a única que também inclui a regulação no âmbito privado; ambas foram sancionadas em 2001. Em março de 2012, havia um projeto de lei de prevenção e sanção da violência laboral e o assédio em escala nacional. Em 2014 os ministérios do trabalho, emprego e seguridade social e o da educação e a OIT, publicaram um material de apoio e informação sobre saúde e segurança no trabalho. Das 54 páginas da publicação, o tema assédio aparece em apenas uma página.

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A legislação e ações governamentais a nível nacional referente ao assédio no local de trabalho são bastante diferenciadas entre esses países latino-americanos (Brasil, México e Argentina), principalmente quanto ao assédio sexual. omo se pode ver, a legislação e ações governamentais a nível nacional referente ao assédio no local de trabalho são bastante diferenciadas entre esses países latino-americanos (Brasil, México e Argentina), principalmente quanto ao assédio sexual. Indagamos que, se no parlamento de um dos principais países latino-americanos, um representante demonstra total desrespeito para com uma mulher colega de trabalho, o que se pode esperar naqueles espaços em que não há visibilidade de tais acontecimentos?A legislação pode refletir a importância dada a algumas das problemáticas da sociedade, mas não representa de imediato uma mudança social, principalmente àquelas questões que exigem mudanças profundas, como o pensamento patriarcal ainda presente e que atinge diretamente a mulher trabalhadora.

A Geografia do trabalho não deve negligenciar este tema, principalmente a partir de um recorte de gênero, pois o assédio moral e sexual ainda é uma realidade que recai principalmente sobre as mulheres, portanto, consideramos que as Geografias feministas possibilitam outro olhar às relações trabalhistas.

Para maiores informações:

Associação Cidadã pelos Direitos Humanos da Argentina. Legislación Argentina. <http://www.acdh.org.ar/documentos/legislacion.htm>

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Assédio moral e sexual no trabalho. Brasília: ASCOM, 2009. <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D3CB9D387013CFE571F747A6E/CARTILHAASSEDIOMORALESEXUAL%20web.pdf>

FALCÃO, Márcio; GUERREIRO, Gabriela. Para rebater deputada, Bolsonaro diz que não a ‘estupraria’. Folha de São Paulo, 8 de maio de 2015. <http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/12/1559815-para-rebater-deputada-bolsonaro-diz-que-nao-a-estupraria.shtml>

GACETA PARLAMENTARIA, Número 3718-VII,
jueves 28 de febrero de 2013. <http://gaceta.diputados.gob.mx/Black/Gaceta/Anteriores/62/2013/feb/20130228-VII/Iniciativa-15.html>

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Panorama Laboral 2014. <http://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/—americas/—ro-lima/documents/publication/wcms_325664.pdf>

  1. Andressa Cristiane Colvara Almeida, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio Grande (FURG); pesquisadora do Núcleo de Análises Urbanas (NAU/FURG).
  2. Susana Maria Veleda da Silva, professora em Geografia do Instituto de Ciências Humanas e da Informação (ICHI) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG); pesquisadora do Núcleo de Análises Urbanas (NAU/FURG) e do Grupo de Investigación de Geografía y Género da Universitat Autónoma de Barcelona/UAB.

¿Es autónoma la Ciencia?

“La crisis que se plantea hoy en la sociedad y que afecta a todos los estratos culturales ¿requiere una ruptura radical con la continuidad que hasta ahora se viene dando?” Así comenzaba Serguei Kara-Murza, Catedrático de Historia de la Ciencia y de la Tecnología, doctor en Ciencias Químicas y miembro de la Academia de Ciencias de Moscú, su primera clase en un curso sobre Filosofía de la Ciencia en la Universidad de Zaragoza en el año académico 94/95. Por aquel entonces realizaba el investigador ruso una estancia en la capital aragonesa, aunque ya en años anteriores había sido invitado en diferentes ámbitos universitarios en España. De esas fechas datan ya algunos de los artículos que publicó junto con el prematuramente fallecido Mariano Hormigón, matemático e historiador de la Ciencia, al que también es justo recordar desde estas líneas por la inmensa labor que, junto con otros pioneros, realizó en el desarrollo de la Historia de la Ciencia en España. Por cierto, que subrayar la importancia de la Historia y de la Filosofía de la Ciencia en los planes de estudio universitarios y en los demás niveles académicos es propuesta que se deriva del núcleo de este artículo en el que, a la luz del pensamiento de Serguei Kara-Murza, se reclama en definitiva la unidad del saber. El conocimiento de la Historia y la Filosofía, así como de las instituciones, es tarea imprescindible para una mejor comprensión del momento presente.

Pues bien, la inequívoca respuesta de Kara-Murza a la pregunta que inicia esta reflexión puede resumirse como sigue: si se quiere evitar el desplome en las relaciones económicas, políticas, ambientales, sociales, habrá que romper definitivamente con ciertos postulados de la Modernidad y, en particular, habrá que recuperar la unidad del conocimiento y la adecuada relación entre la Ciencia y sus alrededores – valores y tradiciones, ética y estética – alejándose del cuestionado pero aún imperante modelo antropológico mecanicista que concibe al hombre como desarraigado de la naturaleza; y deberá recuperarse a la vez la unidad entre los conceptos de libertad y responsabilidad.

Tras la propuesta karamurzana se escuchan ecos de científicos, filósofos, economistas y pensadores diversos que han reaccionado frente a la Modernidad incluso desde posturas antagónicas. Kara-Murza, buen conocedor de la Historia de Occidente, se une desde su perspectiva rusa a la crítica de la razón moderna, denunciando que todavía hoy demasiadas estructuras siguen basadas en un caduco modelo supuestamente avalado por la Ciencia, cuando la realidad es que ni la Ciencia actual es la del siglo XVII ni tampoco el modo de comprender la relación con su entorno.

Lo interdisciplinar, lo complejo, lo cooperativo, los conceptos de redes e interconexión son realidades que van sustituyendo viejas ideas mecanicistas. Pero esta visión cosmista – que pensadores rusos como Vernadsky promovieron ya hace un siglo – apenas existe hoy en occidente donde más bien perviven los dualismos que establecen arbitrariamente fronteras entre hombre y mundo, ser y deber, ciencia y valores, razón y corazón, yo y mi cuerpo…

Indudablemente, la racionalidad autónoma derivó en el magnífico desarrollo científico y tecnológico que trajo la Modernidad, pero esa autonomía necesaria entre la Ciencia y otras instancias del conocimiento, extrapolada y radicalizada, condujo a una cierta mutilación de la razón al confundirse su autonomía con su aislamiento. Y así, la razón entendida como sola razón científica produjo los monstruos de las sociedades tecnomorfas – marxistas o capitalistas – denunciadas por tantos. Resulta indiscutible que la alternativa a la Ciencia autónoma propia de la Modernidad – Ciencia aislada de sus alrededores – no puede ser la Ciencia bajo censura propia de los totalitarismos; pero, afortunadamente, éstas no son las únicas respuestas.

Tal vez, inspirado en el famoso grabado de Goya a su paso por Zaragoza, afirmó Kara-Murza que “el sueño de la razón produce monstruos pero el sueño del corazón también”, preguntándose si pueden realmente el corazón y la razón ser autónomos, a lo que responde que el verdadero progreso sólo será posible si se vuelven a tender los puentes que se derribaron, paradójicamente, en aras del progreso. La Ciencia y la Ética no pueden separarse, como tampoco la razón y el corazón. Y el ser humano se rebela reclamando el reconocimiento de su puesto – ni desarraigado de la naturaleza de la que forma parte, ni reducido a la condición de pieza en el engranaje de los totalitarismos mercantilistas, ni reducido tampoco a sistema bioquímico desligado de lo cultural – que será clave imprescindible para asumir, en el día a día y en el curso de la Historia, el binomio libertad-responsabilidad.

Sirvan pues estas líneas para invitar a la discusión sobre la propuesta de construir una nueva autonomía de la Ciencia en intrínseca y armónica unidad con la Ética, restaurando a la vez los mejores valores de la Modernidad.

Dos ideas destacadas

Lo interdisciplinar, lo complejo, lo cooperativo, los conceptos de redes e interconexión son realidades que van sustituyendo viejas ideas mecanicistas

La alternativa a la Ciencia autónoma propia de la Modernidad – Ciencia aislada de sus alrededores – no puede ser la Ciencia bajo censura propia de los totalitarismos; pero, afortunadamente, éstas no son las únicas respuestas

Para mayor información:

PELACHO, M.T. Otra autonomía de la Ciencia. Reflexiones a la luz del pensamiento de Serguei Kara-murzá. Naturaleza y Libertad. Revista de Estudios Interdisciplinares, 2014, Vol.4, p.157-187

MªTeresa Pelacho López es Licenciada en Física y profesora de Enseñanzas Medias en Zaragoza

Pie de ilustración: El sueño de la razón produce monstruos.1799

LA COHERENCIA ÉTICA DE LA PARTICIPACIÓN EDUCATIVA

Xosé M. Souto González (Geoforo Iberoamericano y Universitat de València)

Una de las finalidades de un buen docente consiste en provocar la curiosidad de sus discípulos respecto a la realidad que observan diariamente; es lo que denominamos actitud escolar e intelectual. Pero además pretendemos que sepa comunicar sus ideas de una forma clara y precisa; son las habilidades propias de la comunicación verbal, con textos continuos o discontinuos, o sea con imágenes, mapas y gráficos. Para ello facilitamos una serie de canales de información, como son las revistas y ahora los foros y debates organizados on-line.

Pero las habilidades y actitudes no se desarrollan en el vacío. Lo hacen con unos contenidos de hechos que sintetizan datos informativos y se organizan con unos conceptos que se relacionan entre si formando teorías y conjeturas. Enseñar a una persona a desarrollar estas competencias supone un desafío, que es complejo no solo en los obstáculos materiales que conlleva, sino también en el tiempo y la dedicación docente. Por eso es preciso conocer y promover el uso de nuevas técnicas que permitan desarrollar la autonomía crítica ciudadana en plataformas sociales que persigan la construcción de un espacio público educativo.

Esto fue lo que pretendimos realizar desde 2008 un grupo de profesores iberoamericanos desde el Geoforo Iberoamericano de Educación, cuando pretendimos reflexionar críticamente sobre la enseñanza de los problemas sociales y ambientales. Un noble intento que deseaba cuestionar las teorías dominantes y las estrategias que surgen del poder institucional, como es el caso de las líneas de formación permanente que convierten al conocimiento en un recurso mercantil al servicio de los poderes empresariales.

En los diferentes balances anuales hemos dado cuenta del dinamismo de las intervenciones registradas, no tanto de las visitas, sino de las opiniones emitidas, pues estamos convencidos que de esta manera se puede configurar un pensamiento crítico compartido. En este sentido hemos subrayado la presencia de comentarios del alumnado de los Grados y Máster de formación de profesorado, pues son ellos y ellas quienes pueden debatir sobre las claves de la formación futura del docente.

En estos dos últimos años 2014 y 2015, asistimos con optimismo a la participación del alumnado, no sólo en los foros que están abiertos, sino proponiendo nuevos temas, como ha sido en el caso de los foros 18, 20 y 21. Con ello se demuestra que si establecemos los cauces adecuados para la participación del alumnado ésta se produce de forma coherente. Para ello hemos de considerar que la condición de alumno es eso, una situación coyuntural, pero que bajo esta apariencia escolar fluyen los sentimientos, emociones y razones de una persona que aspira a ser ciudadano.

En los casos citados los alumnos han querido mostrara sus opiniones respecto a las prácticas docentes que observaban en sus visitas a los centros escolares, así como dar a conocer su particular valoración respecto a dos tareas escolares; el uso de las tecnologías de información y comunicación (TIC) en el medio escolar y la organización y gestión de los trabajos de campo y salidas escolares en los centros de enseñanza.

Geoforo, educación, geografía y sociedad
Geoforo, educación, geografía y sociedad

FORO 21: LAS SALIDAS DE CAMPO/AS VISITAS DE ESTUDO

En sus intervenciones las personas (básicamente alumnos del Máster en Formación de Secundaria en España y profesores de educación básica en Brasil) nos muestran no sólo una teoría para abordar los desafíos que presenta la escolarización del alumnado, sino también sus emociones y sentimientos cuando han modificado su posición personal: de alumnos a docentes.

Para saber más:

SOUTO GONZÁLEZ, Xosé M. Conocimiento crítico en redes sociales: el caso del Geoforo Iberoamericano de Educación, Revista brasileira de Educação em Geografia, Campinas, v. 4, n. 7, p. 04-26, jan./jun., 2014. ISSN: 2236-3904

SOUTO GONZÁLEZ, Xosé y FITA ESTEVE, Sara. Las diferencias sociales y la cultura escolar. El Geoforo Iberoamericano en 2014. Biblio 3W. Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales. [En línea]. Barcelona: Universidad de Barcelona, 30 de diciembre de 2014, Vol. XIX, nº 1105 <http://www.ub.es/geocrit/b3w-1105.htm>[ISSN 1138-9796].

La desigual geografía de la crisis en España.

por: Luis Abad* y Carlos Echaves**

La crisis financiera e inmobiliaria iniciada en 2007 puso fin en España a una década de crecimiento continuado en la que el país logró insertarse con éxito en los circuitos de la globalización económica. Pero, bajo los logros de aquel modelo quedaron ocultos desequilibrios que, con el estallido de la crisis y la posterior aplicación de las políticas de austeridad fiscal y de las reformas estructurales impuestas desde las instituciones comunitarias, han quedado al descubierto e incluso se han agravado.

En el análisis de estos desequilibrios la dimensión territorial resulta pertinente. Los efectos espaciales derivados de la Gran Recesión y de las respuestas neoliberales dadas a la misma no han sido homogéneos. Comprender qué territorios se han mostrado más vulnerables a ambos procesos y qué factores explican ese comportamiento diferenciado son cuestiones oportunas para revisar de forma crítica aquellas estrategias de desarrollo que generaron una elevada vulnerabilidad, y extraer aprendizajes de aquellas otras que propiciaron una mayor capacidad de resistencia.

A partir del análisis de 15 indicadores económicos, sociales, demográficos e inmobiliarios obtenidos de fuentes de información diversas se han estudiado los impactos de la crisis en las 50 provincias españolas y en los 363 municipios urbanos que superaban los 20.000 habitantes al iniciarse ésta en 2007. El periodo abarca desde diciembre de 2006 y hasta finalizar 2013, lo que permite observar tendencias coherentes en ambas escalas territoriales, de las que se deduce la existencia de fuertes contrastes en cuanto a la intensidad con que la crisis golpeó a los diversos territorios y también respecto al efecto provocado por las políticas neoliberales de austeridad impuestas a partir de 2010. Puede hablarse así de una geografía de la crisis y de una geografía de la austeridad.

A través del cálculo de un Índice Sintético de Vulnerabilidad (ISV) que combina los quince indicadores provinciales y los ocho urbanos, con valores positivos para aquellas que padecieron impactos superiores al promedio español –tanto más altos cuanto mayor fue su gravedad- y negativos en caso contrario, se identifican regularidades que permiten comprender por qué algunos territorios han sido más vulnerables y otros mostraron mayor capacidad de resistencia. El ISV elaborado permite así agrupar a las provincias y ciudades que han mostrado un comportamiento similar ante la crisis (figura 1).

Figura 1. Índice Sintético de Vulnerabilidad ante la crisis de las provincias y ciudades con más de 20.000 habitantes

Fuente: Elaboración propia

Las áreas de mayor impacto de la crisis se localizan a lo largo del litoral mediterráneo, con Castellón, Murcia y Valencia a la cabeza, y en las áreas de expansión de las aglomeraciones de Madrid y Barcelona, destacando Toledo y Lleida. A escala urbana, las ciudades de la crisis se dibujan con nitidez, con las diez más vulnerables también situadas en el litoral mediterráneo junto a otras canarias y madrileñas.

Son territorios que apostaron por un modelo urbanizador insostenible que facilitó el rápido despegue de sus economías a costa de en un elevado endeudamiento y de una especialización en actividades de baja productividad, fuertemente cíclicas (construcción, industrias auxiliares o servicios al consumo) y con un empleo precario y de baja cualificación.

Entre los territorios menos vulnerables se distinguen dos tipos con características diferenciadas. En primer lugar, aquellos que partían de una larga tradición industrial y que apostaron por desarrollar una economía diversificada. Alrededor de una industria renovada y con cierta capacidad exportadora progresaron unos servicios empresariales avanzados que favorecieron la innovación y generaron empleo de mayor calidad, al tiempo que se desarrollaron otros servicios de tipo turístico y comercial que fortalecieron sus estructuras productivas. Las provincias y ciudades atlánticas, especialmente las del País Vasco, han sido sus principales exponentes.

El segundo tipo corresponde a algunas provincias y ciudades del interior (Lugo, Ourense, Badajoz, Zamora…). El impacto de la crisis fue relativamente moderado en ellas al estar poco implicadas en el crecimiento de la burbuja inmobiliaria y su posterior pinchazo. El empleo público las protegió en los inicios de la crisis, pero tras implantarse las medidas de austeridad ha dejado de hacerlo. Además, cuentan con ciudades intermedias que se han comportado como centros administrativos, comerciales y de servicios en estas regiones interiores.

Finalmente, las dos mayores aglomeraciones metropolitanas han mostrado fuertes contrastes internos entre los núcleos que concentran a grupos de riesgo, que han padecido con intensidad los efectos de la crisis, y aquellos otros donde residen los grupos socio-profesionales de mayor estatus y cualificación.

En resumen, el análisis del impacto territorial de la crisis invita a abrir un debate en torno a tres componentes fundamentales: la necesidad de nuevos modelos productivos; la consolidación de una sociedad más cohesionada; y promover una nueva cultura y gobierno del territorio.

Para mayor información: Méndez, R. Abad, L. y Echaves, C. (2015): Atlas de la Crisis. Impactos socioeconómicos y territorios vulnerables en España. Editorial Tirant Lo Blanch. Valencia

* Luis Abad es Doctor en Geografía e Investigador contratado en el Instituto de Economía, Geografía y Demografía del CSIC.

** Carlos Echaves es Doctorando en Sociología e Investigador Contratado FPI en el Instituto de Economía, Geografía y Demografía del CSIC.

Explotación forestal en los valles del oeste de La Rioja y Catamarca (Argentina)

Facundo Rojas

En el oeste de las provincias de La Rioja y Catamarca, en el Noroeste argentino, se produjo una creciente explotación forestal desde mediados de siglo XIX.Estos procesos de deforestación (de los denominados algarrobales) estuvieron motorizados por actividades emergentesen aquellos momentos, como el auge de la minería metalífera, la llegada del ferrocarril y la demanda de productos madereros provenientes del bosque nativo.

De acuerdo a estimaciones propias,hacia mediados de siglo XIX, probablemente alrededor de una quinta parte del área de estudio habría estado cubierta por bosque nativo (alrededor de 10.800 km2). Los efectos de la actividad minera sobre el bosque nativo implicaron un consumo de forestales (entre 1851 y 1914) de casi medio millón de toneladas en torno al salar de Pipanaco, especialmente al sur de la localidad de Andalgalá (Catamarca), y aproximadamente 350.000 toneladas en el bolsón de Chilecito (La Rioja). Hay que decir también que la explotación forestal, intensificada desde la década de 1850, nunca mermó considerablemente en las décadas subsiguientes.

En los primeros años del siglo XX, se sumó el impacto del ferrocarril, el cual si bien asistía a la demanda forestal minera, orientaba sus principales cargas extraídas de algarrobales (y también retamales) hacia la satisfacción de la demanda de otras provincias con mayor dinamismo económico.

Los resultados de este estudio se interpretaron (principalmente a partir de categorías de la Historia ambiental y la Ecología política) con relación a otros procesos económicos y sociales, que de diversas maneras continúan revistiendo importancia en la actualidad.Es el caso de la actividad agrícola, que representaba la actividad favorecedora del desarrollo por excelencia (en los imaginarios gubernamentales), después del declive minero metalífero sucedido a partir de la Primera Guerra Mundial. Fue así, que la actividad olivícola y vitivinícola captó los mayores esfuerzos estatales, a mediados de siglo XX, expresados en diversos tipos de intervenciones y fomentos gubernamentales. Contrariamente, la actividad forestal continuó constituyendo –durante todo el siglo XX- una válvula de escape a las carencias materiales y energéticas de la población de la región, lo que llevó a los gobiernos regionales a resignar algunas funciones soberanas sobre este sector, incumpliendo los planes de control y manejo forestal, firmados con organismos nacionales.

En esos contextos, se pudieron observar desfavorables características del mundo del trabajo minero y forestal, cada uno con sus particularidades. A ello se sumaban las escasas alternativas favorables para participar de una actividad agropecuaria que les brindara a los campesinos mejores condiciones de vida. Estas condiciones habrían socavado la consolidación de un sistema productivo sólido y persistente en esta región. Ello se puede observar, por ejemplo, en las pronunciadas tasas de emigración hacia otras provincias, como Mendoza y Tucumán. Estos desplazamientos advertirían las contradicciones que representaban estos sistemas productivos en los imaginarios y las materialidades cotidianas de los sectores populares catamarqueños y riojanos. Fue así que hasta nuestros días la visión expresada por los entrevistados, parece confirmar lo que señalan los documentos y ensayos sobre desarrollo regional. Para todo el período de estudio,por ejemplo, la intensa extracción forestal no pareció redundar en mejores condiciones de vida para los campesinos y hacheros, que constituían el más bajo eslabón económico de esta actividad, ni tampoco contribuir al ansiado desarrollo regional para estas provincias históricamente postergadas, en el plano nacional.

Es así, que en los momentos actuales, cuando muchos tomadores de decisiones sostienen que la actividad minera sería proveedora de “desarrollo” y “progreso” de forma directa y lineal, sin un análisis del contexto socio-cultural, geográfico, histórico y hasta económico a mediano plazo. Vendría bien aprovechar la experiencia histórica, que demuestra los desaciertos de comprender al desarrollo como sinónimo de inversión, o de hacer analogías lineales entre mayores indicadores macroeconómicos, con mejor calidad de vida para los sectores populares. En tiempos que se continúan ensayando proyectos de “desarrollo regional” (que en general giran solamente en torno a actividadesextractivas, de exportación agrícola o fomento turístico). Sería aconsejable incluir, en estos planes generalmente diseñados “desde arriba”, mayores preocupaciones sobre el rol (y el empoderamiento real) de los actores locales (quienes viven y trabajan en torno al bosque y a los recursos que se buscan aprovechar) y sobre las implicancias ambientales de las actividades a desarrollar, precisamente sobre las cuales los propios campesinos tienen mucho por aportar.

Para mayor información:

Rojas,Facundo, Prieto María del Rosario, Villagra Pablo y Álvarez Juan(2014) “Deforestación y actividades productivas en los valles riojanos y catamarqueños desde mediados de siglo XIX”. Boletín de Estudios Geográficos Universidad Nacional de Cuyo.

http://bdigital.uncu.edu.ar/app/navegador/?idobjeto=5514

Rojas, Facundo (2013) “Rol de la minería y el ferrocarril en el desmonte, del oeste riojano y catamarqueño (Argentina), en el período 1850-1940.” RevistaPoblación y Sociedad, Revista Regional de Estudios Sociales, Instituto Superior de Estudios Sociales, Tucumán. Vol. 20 N° 1: 5-39.

http://www.poblacionysociedad.org.ar/archivos/20/P&S-V20-N2-Rojas.pdf

Facundo Rojas es investigador asistente del CONICET.Realizó su doctorado en Geografía en la Universidad Nacional de Cuyo, donde se desempeña como Profesor en la Cátedra de Epistemología de la Geografía.