Uma capital regional e a nova lógica de sua morfologia urbana.

A morfologia urbana de Juiz de Fora, cidade média e centro regional localizada no estado de Minas Gerais e distante aproximadamente 180 quilômetros do Rio de Janeiro, tem expressado uma nova configuração espacial. Trata-se de um processo em curso desde o início dos anos 1980 e que revela um novo arranjo espacial no território da cidade e mais imediatamente em sua área de influência direta e que segundo dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística é o domínio da cidade sobre as mesorregiões da Zona da Mata e Campo das Vertentes em Minas Gerais e as mesorregiões Centro Fluminense e Norte Fluminense no estado do Rio de Janeiro.

Este novo arranjo espacial estrutura uma nova morfologia urbana de maior complexidade. E esta complexidade está diretamente atrelada aos novos investimentos e equipamentos instalados no espaço urbano que revela as diretrizes de uma lógica capitalista contemporânea, cujos fundamentos estão baseados em novas tecnologias, o incremento às políticas de financiamento e financeirização do sistema e, principalmente, sob o domínio de uma nova logística de negócios que tem na malha viária e na localização de Juiz de Fora um forte elemento ordenador e impulsionador.

O arco rodoviário da BR 040, estrada que liga Rio de Janeiro a Brasília, sobre Juiz de Fora já a partir do início dos anos 80 redireciona e atrai a fronteira de expansão da cidade para suas cercanias gerando um espaço de expansão de investimentos e equipamentos tanto no setor de negócios e logística quanto no setor do mercado imobiliário residencial. Este processo atualmente se expressa numa morfologia urbana onde espaços multifuncionais convivem ainda com usos rurais e de segunda residência, mas também indústrias, novos bairros, ocupações de moradias precarizadas, conjuntamente com condomínios residenciais voltados para classe média alta.

https://ssl.panoramio.com/photo/58916520
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Outro equipamento não localizado no município, mas de fundamental importância para os fluxos de mercadorias, trabalhadores e serviços é o Aeroporto Regional da Zona da Mata na cidade vizinha de Goianá. As obras terminaram em 2005, mas o primeiro vôo de passageiros só aconteceu em 2011. Há certo descompasso entre a economia urbana e regional, entre a malha rodoviária e a demanda pelo uso aeroviário. Este descompasso se evidencia nos efeitos sobre a organização do espaço urbano muito mais intensos do que as demandas regionais sobre o transporte aéreo. É preciso considerar o domínio sobre a região das instalações aeroportuárias de Rio de Janeiro e Belo Horizonte, ambas as metrópoles com as quais Juiz de Fora se conecta preferencialmente pelo modo rodoviário e ferroviário. O aeroporto conecta-se a Juiz de Fora pela estrada MG 353 e através de ônibus entre a rodoviária local e o aeroporto.

Mais precisamente no entorno do arco da rodovia BR 040, para onde se expande as funções sob o comando da cidade de Juiz de Fora e seus novos negócios, localiza-se o Park Sul condomínio de empresas e logística de transportes e o condomínio residencial Alphaville voltado para a classe média alta da cidade e região de sua influência. Tendo sido pioneiro em sua instalação as margens da estrada o Park Sul atualmente não atende a demanda do setor de transporte e logística sob influência da malha rodoferroviária regional. O que significa a implantação de vários outros centros de logística na beira da estrada e em especial na região noroeste da cidade, mas ainda em direção ao eixo rodoviário e seu entrecruzamento com a ferrovia.

http://www.logcp.com.br/Empreendimento/84/log-juiz-de-fora-mg
http://www.logcp.com.br/Empreendimento/84/log-juiz-de-fora-mg

Os múltiplos investimentos no eixo noroeste somaram 750 milhões de reais na última década. Entre os equipamentos mais expressivos deste eixo estão a Estação Aduaneira Interior – Porto Seco administrado pela empresa Multiterminais, MRV logística, seis grandes transportadores e redes de mercados atacadistas, além de algumas multinacionais de setores variados.

Além dos equipamentos supracitados, há investimentos em equipamentos de abrangência regional nos dois eixos, especialmente equipamentos de saúde, educação, lazer, hotelaria e centros de negócios. Fato que reafirma a importância regional de Juiz de Fora e a relação entre novo arranjo espacial e demandas regionais.

Ao contrário do que acontece com o setor de armazéns e logística que se amplia a cada ano, o condomínio Alphaville, no eixo sudoeste, ainda não registra nenhuma família instalada em seu interior. O modelo Alphaville está presente em 21 estados do Brasil. Sua concepção privilegia a moradia mono familiar cuja característica de condomínio fechado, baseado no modelo do subúrbio americano impõe um modelo privatista e segregador espacial na sua relação com o entorno imediato e o resto da cidade.

MARIA LUCIA PIRES MENEZES. Professora do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Juiz de Fora e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFJF. Coordenadora do Laboratório de Territorialidades Urbano-Regionais – LATUR/UFJF.

Para maiores informações:

MENEZES, Maria Lucia Pires – Aeroporto Regional e Business Park: Logística e Negócios na
Geografia Urbana e Regional de Juiz de Fora, Brasil. IN: http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-170-23.htm

GERALDO, Watuse Mirian de Jesus – A Reestruturação Urbana Pós- Fordista de Juiz de Fora. IN: http://www.ufjf.br/latur/producao-cientifica/dissertacoes/

Ciudad y territorio en Mallorca: la integración definitiva

La evolución del turismo, juntamente con las transformaciones tecnológicas, sociales y económicas, ha supuesto para la isla de Mallorca la supresión de las interpretaciones duales tradicionales del sistema urbano mallorquín entre la ciudad y el resto de la isla. Inmersos en la era de la globalización, no tiene sentido seguir apostando por una concepción diferenciada entre las distintas partes, sin entender un territorio de solamente 3.640 km2 como una unidad integrada e interdependiente.

Una de las principales características de la revolución turística iniciada en Mallorca durante la década de los años 1960 ha sido la consolidación definitiva del concepto de macrocefalia, es decir, de la concentración en la capital mallorquina de un elevado porcentaje de población que en los años 1980 llegó a albergar más de la mitad del total de los habitantes censados en la isla.

Al parecer esta tendencia de excesiva concentración de población, o lo que es lo mismo, de condición de macrocéfala que parecía aumentar sin límites, se está modificando en la actualidad hasta el punto que lleva más de 30 años perdiendo peso relativo frente al resto de la isla, lo que en Mallorca se denomina sa part forana (“la parte exterior”).

En primer lugar, es importante tener en cuenta que tanto la consolidación de la condición macrocéfala, como la inversión de esta tendencia de concentración de población ha ido acompañada, como sucede en todas las ciudades, de diferentes etapas de crecimiento urbanístico que justifican y explican el proceso. Tanto es así, que la expansión y dispersión de la urbanización difusa ha llevado consigo la pérdida del límite físico de la ciudad. Por lo cual, el límite, la línea que nos permite definir lo que es ciudad cuando nos referimos a ella, es un factor clave en este estudio y que nos sirve además de apoyo para confirmar la tendencia.

Así pues, si tomamos la división administrativa municipal para analizar la ciudad, puede afirmarse que Palma des de los años ‘80 ha perdido peso relativo de población frente al resto de la isla. Pero es más, si se entiende por ciudad su extensión urbana, es decir, aquella mancha urbanizada compacta visible en una fotografía aérea, la cual supera los límites municipales que la contienen extendiéndose hasta en tres municipios más (Marratxí, Calvià y Llucmajor), Palma sigue disminuyendo su peso relativo respecto a los mismos datos de hace 30 años.

Palma sigue disminuyendo su peso relativo de población respecto a los mismos datos de hace 30 años.

De esta forma, frente a la redistribución de población provocada en gran medida por el surgimiento de nuevos polos turísticos dentro de la propia isla, y también debido a la tendencia de dispersión de la urbanización en el ámbito rural, se ha contrarrestado el peso relativo que tiene la ciudad dentro del sistema urbano que encabeza.

Estos cambios han venido motivados por las transformaciones tecnológicas, económicas y sociales que han alterado y variado los patrones de movilidad, reduciendo distancias, ya sean desde Düsseldorf a Palma, como de Palma a Alcúdia o a un hotel rural, y tanto para la población residente como para los turistas, configurándose así un nuevo modelo de ocupación y de uso del territorio. Un modelo caracterizado por la plena integración del territorio, por el debilitamiento de las jerarquías del sistema urbano y por la dispersión creciente de la población, lo cual ha llevado a cambiar la concepción histórica de las distintas partes de la isla.

Con todo esto, no pretende negarse que la concentración de la población en la capital sea ciertamente muy destacada, pero sí que tiende a apaciguarse de forma consistente y significativa. Así pues, estas constataciones llevan a la necesidad de repensar las interpretaciones tradicionales del sistema urbano mallorquín basadas en la macrocefàlica capital y sa part forana como dos partes opuestas, las cuales ya no responden a una interpretación actual del sistema urbano de la isla. Incluso podría matizarse entre el litoral, zona costera de turismo de sol y playa, y la zona central-rural en las que se subdivide sa part forana.

De esta forma, vemos que la realidad urbana mallorquina preconcebida se está transformando en un escenario no tan diferente de lo que ocurre en otras realidades metropolitanas, donde las formas de vida urbanas que caracterizaban antes a las ciudades se han esparcido por todo el territorio, debido a que ya no precisan de una localización que las condicione.

Para mayor información:

MESTRE, Margalida. Ciutat i territori a Mallorca: Una revisió de la «macrocefàlia» mallorquina. Documents d’Anàlisi Geogràfica, 2014, vol. 61/2, p. 351-368.

<http://ddd.uab.cat/pub/dag/dag_a2015v61n2/dag_a2015v61n2p351.pdf>

Margalida Mestre Morey, es Doctoranda del Departamento de Geografía de la Universidad Autónoma de Barcelona.

Derecho a la ciudad, rescatar a las personas, mejor democracia. Nueva agenda para los gobiernos locales en España

por Juan Romero y Andrés Boix

El “giro neoliberal” de las políticas para la ciudad arranca en España desde la segunda mitad de los noventa del siglo XX. Ha sido un modelo al servicio de las elites y en el caso de las ciudades al servicio de promotores inmobiliarios y determinados sectores de negocio. Es en las ciudades, en especial desde 2009, donde se han hecho visibles las consecuencias de ese modelo y los efectos de la recesión y las consecuencias de las políticas de recorte del gasto en servicios públicos fundamentales.

En un momento en el que los gobiernos locales son más necesarios que nunca, dada la profundidad de la crisis social, el gobierno central pretende recortar sus competencias y capacidades y quiere convertirlos en administraciones tuteladas y sin capacidad política. Parecía que el amplio consenso académico y profesional existente acerca de la necesidad de otorgar a los municipios nuevas competencias y capacidades se concretaría, también en España, en una nueva etapa presidida por el impulso a la descentralización, el empoderamiento a los municipios y la incentivación de la cooperación entre gobiernos locales. Sin embargo, el gobierno conservador ha decidido transitar en dirección contraria: recentralización política, limitación de la autonomía municipal y reducción de las capacidades de los municipios para desarrollar políticas públicas. Esta es la primera interpretación que cabe hacer de la intención que subyace en la ley 27/2013, de 27 de diciembre, de Racionalización y Sostenibilidad de la Administración Local. Más que una ley pensada para afrontar los nuevos retos del municipalismo del siglo XXI parece inspirarse en viejas concepciones ancladas en el siglo XIX. Una iniciativa que se entiende mal, que no resultará eficaz, que puede dejar vacíos e indefiniciones en la prestación de servicios, que puede afectar de forma negativa a amplios colectivos y que además pretende alejarse de aquello que debiera ser propio de un Estado compuesto con distintos niveles de gobierno.

No obstante, pese a los intentos de bloqueo de la democracia municipal con la Ley de Racionalización y Sostenibilidad de la Administración Local, los ciudadanos siempre encuentran su propio cauce para expresarse, para innovar, para participar, para implicarse, para solidarizarse, para resistir, para indignarse o para reclamar. También los gobiernos locales sabrán encontrar espacios para proseguir con el extenso despliegue de políticas, sean paliativas o innovadoras, que den respuesta a los problemas concretos de sus conciudadanos. Mientras la ley de Racionalización es derogada o, en su caso, declarada no ajustada al texto constitucional, nosotros sostenemos que, de existir voluntad política, hay amplias posibilidades competenciales, de cooperación o de ejecución vía delegación de competencias para los gobiernos locales. También para la colaboración a escala supramunicipal. En prácticamente todos los grandes ámbitos en los que muchos gobiernos locales han venido desarrollando las llamadas “competencias impropias”, muchas de las cuales con la ley vigente quedarían suprimidas, podrían seguir desarrollándose de existir voluntad política en la escala regional: promoción económica, política territorial, educación, servicios sociales, vivienda, movilidad, prestación de servicios en municipios rurales… De otra parte, el banco de buenas prácticas que ya conocemos y que se desarrolla en centenares de ciudades y municipios españoles es de tal volumen que desborda por completo cualquier intento de limitación de la capacidad de innovación existente.

El modelo de políticas neoliberales para la ciudad ha sido mayoritariamente rechazado por los ciudadanos. Los resultados electorales del pasado 24 de mayo de 2015 han supuesto un enorme cambio en el mapa municipal español. Los ciudadanos hemos optado por gobiernos plurales en la escala local y regional. Hemos decidido situar en el centro de atención conceptos fundamentales como pacto, coordinación, cooperación, gobierno multinivel, transparencia, participación, inclusión y justicia social, ética pública y decencia. En definitiva, otra forma de entender el gobierno y la democracia. Una clara señal de querer dejar atrás patologías institucionales, actitudes prepotentes y episodios reiterados de corrupción política.  Y el mejor antídoto, así lo hemos entendido de forma mayoritaria, es impedir mayorías absolutas.

El cambio ha sido de tal profundidad que en muchas grandes ciudades y en centenares de municipios los ciudadanos han otorgado la responsabilidad de gobernar a nuevas plataformas ciudadanas surgidas de movimientos sociales durante estos últimos años. Este nuevo panorama no sólo afecta a las mayorías, sino que también tiene que ver con las demandas de los ciudadanos y sus exigencias de una nueva representatividad. Frente a la constatación, cada vez sentida por más gente, de que «no nos representan», las elecciones han permitido elegir a personas nuevas más en sintonía con las preocupaciones de la mayoría de los ciudadanos. Unas preocupaciones que han de centrar el quehacer de los nuevos ayuntamientos como habrían de haberlo hecho también en el pasado, lo que desgraciadamente no ha sido el caso.

Los resultados electorales abren la posibilidad de poder impulsar otro modelo de ciudad y una verdadera nueva Agenda Local para el cambio desde abajo, un cambio que ha de poner nuestras Administraciones públicas al servicio de los ciudadanos y a nuestros Ayuntamientos a disposición de sus vecinos. Porque los Ayuntamientos han de tener ante todo una prioridad: mejorar a toda costa las condiciones de vida de la gente. Para ello será necesario evaluar en toda su dimensión el creciente proceso de segmentación, precarización y aumento de las desigualdades en nuestras sociedades y analizar sus consecuencias políticas, sociales y culturales. Proponer algún tipo de alternativa para poblaciones mayoritariamente urbanas que expresan un grado de inseguridad, vulnerabilidad, incertidumbre y desconcierto respecto del futuro como nunca en las últimas décadas. Anticiparse y abordar las causas profundas que explican el creciente malestar urbano. Imaginar una nueva generación de políticas públicas adecuadas a un contexto geopolítico, económico, social, cultural y ambiental muy diferente y en gran medida nuevo.

Pero las ciudades serán también motores del cambio y la innovación política. Y en muchos casos, tras un formidable trabajo de desescombro para restaurar la confianza en las instituciones, los gobiernos locales tendrán que dar contenido real a conceptos hoy devaluados, como sostenibilidad, transparencia o buen gobierno, y al propio tiempo impulsar una nueva agenda de innovaciones democráticas y de regeneración donde la integridad institucional, los códigos éticos y de conducta y el control ciudadano sean la norma.

No hay por tanto excusas. Los nuevos gobiernos constituidos navegan ahora con la fuerza del viento a favor. La fuerza que otorga la confianza depositada por millones de ciudadanos que reclaman otras políticas para la ciudad. Todos los estudios recientes evidencian el desarrollo de una nueva cultura política y cívica en las ciudades y municipios, en especial entre los más jóvenes. Sobre esa base, los gobiernos locales pueden ayudar a construir algo nuevo y mejor.

Para mayor información:

ROMERO GONZÁLEZ, Juan y BOIX PALOP, Andrés (Eds.). Democracia desde abajo. Nueva agenda para el gobierno local, Valencia: Publicacions de la Universitat de València, Colección Desarrollo Territorial, nº. 17, València. La publicación es de libre acceso y puede descargarse (en PDF) desde aquí

Juan Romero González es catedrático de Geografía Humana en la Universidad de Valencia

Andrés Boix Palop es profesor titular de Derecho administrativo en la Universidad de Valencia

Arquitectura industrial: los primeros garajes de Valencia

La economía valenciana experimentó a finales del siglo XIX y principios del siglo XX una época de auge debido principalmente a un crecimiento agrario basado en el arroz y en la naranja. Este desarrollo agrario convirtió a la ciudad de Valencia en un centro de negocios y servicios, lo que supuso la transformación de la ciudad: la demolición de las murallas, los planes de ensanche, y la construcción de nuevos edificios de viviendas, comerciales, sociales y de servicios, entre los que destacan la Estación del Norte del Ferrocarril, el Ayuntamiento y el edificio de Correos.

Entre estas nuevas edificaciones se encontraban los garajes de automóviles. El automóvil se consolidó a nivel mundial como medio de transporte a principios del siglo XX y prueba de ello en la ciudad de Valencia, fueron las exposiciones, exhibiciones y carreras que se realizaron en la Exposición Regional de 1909 y la posterior prórroga como Exposición Nacional durante 1910.

En Valencia, en 1914 el parque automovilístico era aproximadamente de un millar de automóviles y en 1925 pasó a tener matriculados entre turismos, camiones, taxis, autobuses y motocicletas, un total de 3.852 vehículos. Este aumento tuvo como consecuencia la necesidad de habilitar espacios donde guardar o custodiar los automóviles, lo que condujo al nacimiento del garaje.

Los garajes aparecen como consecuencia de las nuevas necesidades de la sociedad industrial y de la aparición de todo el equipamiento técnico puesto al servicio de la sociedad y de la obra pública, por lo que su arquitectura se podría englobar dentro de lo que se define como arquitectura industrial.

[La arquitectura de los garajes se engloba dentro de la arquitectura industrial]

Los garajes no solo supusieron una zona de custodia de vehículos, sino que en muchas ocasiones su actividad se veía complementada con las de reparación, lavadero, venta de accesorios y en algunos casos venta de gasolina.

Figura 1: Distribución en Planta del Garaje Martí (Proyecto de Eugenio López. AHMV. Ensanche año 1920. Caja 4. Expediente 173.
Figura 1: Distribución en Planta del Garaje Martí (Proyecto de Eugenio López. AHMV. Ensanche año 1920. Caja 4. Expediente 173.

Los primeros garajes empezaron a funcionar en Valencia a principio de los años 20 y se ubicaron principalmente en el Ensanche Noble de Valencia. Inicialmente se trataba de edificaciones en patios de manzana, con acceso por la planta baja de los edificios de viviendas o incluso ocupaban otras edificaciones como cobertizos y naves-almacén que se reconvertían para albergar los automóviles.

[Los diseños de los primeros garajes fueron realizados por los arquitectos de renombre de la ciudad]

La importancia social del automóvil y como consecuencia de todo lo que le rodeaba, hicieron que los garajes se convirtieran en edificaciones independientes, con una tipología específica y donde se reflejaban las características de la arquitectura modernista y regionalista que se sucedieron en la Valencia de la época. Una muestra de la importancia de los garajes es la autoría de las edificaciones, a cargo de los arquitectos y maestros de obra con más renombre de la ciudad, como D. Francisco Almenar, D. Demetrio Ribes o D. José Peris.

Figura 2: Fachada del Garaje Auto-Central (Proyecto de D. Francisco Almenar).
Figura 2: Fachada del Garaje Auto-Central (Proyecto de D. Francisco Almenar).

Para ampliar información:

FUENTES BARGUES, Jose Luis. La arquitectura de los primeros garajes de Valencia. Scripta Nova. Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales. [En línea]. Barcelona: Universidad de Barcelona, 1 de febrero de 2014, vol. XVIII, nº 466. <http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-466.htm>. ISSN: 1138-9788.

Jose Luis Fuentes Bargues es Doctor Ingeniero Industrial y Arquitecto Técnico, profesor e investigador de la Universitat Politècnica de València y de la Universitat de València.

El ESPACIO PÚBLICO COMO ESPEJO DE LA SOCIEDAD

Por Carmen Gloria Calero Martín*

En el proceso de remodelación urbana de estos últimos años, gran parte de las áreas centrales de muchas ciudades, normalmente degradadas, han experimentado fenómenos de rehabilitación y renovación que han afectado, lógicamente, a sus espacios públicos. Estas operaciones urbanísticas han estado encaminadas a la consecución de una nueva imagen de la ciudad que anime la inversión y sea atractiva para los visitantes, al tiempo que se proyecta para nuevos y más solventes residentes. Los paseos, plazas y parques se han ido reinventando: unas veces han servido para canalizar los flujos de visitantes, convertidos en viales de tránsito que articulan el centro urbano con nuevas centralidades que se pretenden integrar. En otras, la renovación, la rehabilitación o la nueva creación de espacios públicos responde simplemente a operaciones de marketing que, además, va homogeneizando cada vez más a las ciudades que van perdiendo singularidad y se asemejan unas con otras, borrando los atributos que las hacía distintas y que, en muchos casos, estaban precisamente en la configuración y fisonomía de sus plazas y paseos.

Los cambios inducidos por las nuevas decisiones del planeamiento conducen a modelos de espacios escasamente públicos. En la reciente planificación urbana, los espacios públicos, están cada vez más alejados de su función principal, la de servir como lugares de reconocimiento social, de esparcimiento y relación. Las necesidades de los ciudadanos no parecen ser tenidas en cuenta. No se valora la presencia de prácticas previas en los viejos espacios públicos ahora rehabilitados, la consulta a los ciudadanos es inexistente y muchos de estos espacios han perdido su condición de lugares significativos de convivencia, especialmente para los vecinos de sus entornos. Lo que prima es el diseño, al servicio de visitantes o nuevos residentes, el confort y la seguridad que permitan actividades controladas y “pacíficas”.

Sin embargo, lo que hace público a un espacio no es su planificado destino público, sino que los ciudadanos se apropien de él y desarrollen sus prácticas libremente. En este sentido, los paseos, las plazas y los parques son lugares de emancipación ciudadana donde colectivos diversos encuentran un sitio en el que afirmar y recrear su identidad. A pesar de los cambios y de las intenciones del planeamiento, las plazas, paseos y parques urbanos siguen rompiendo esquemas y, nuevos usuarios reemplazan a los que ya no los frecuentan, instalan nuevas prácticas y se apropian de ellos. Se muestran así como lugares dinámicos, poco previsibles, que van cambiando al compás de nuevos usos y usuarios diferentes.

Dentro del conjunto de los usuarios, muchos grupos de excluidos, que no tienen fácil acomodo en la ciudad encuentran, en el espacio público, su lugar. De procedencias diversas y con motivos diferentes, grupos de jóvenes, mujeres, inmigrantes, o personas sin hogar van ocupando plazas, parques y paseos, generando sus propios lugares de estancia, encuentro y convivencia.

Vista general de la plaza Primero de Mayo en Santa Cruz de Tenerife
Vista general de la plaza Primero de Mayo en Santa Cruz de Tenerife

En algunos casos, especialmente en el de las personas sin hogar, ­ también ocurre con los grupos de inmigrantes, suele aparecer el conflicto, el rechazo e incluso pueden activarse políticas revanchistas. La ciudad se enfrenta a estos colectivos y decide erradicarlos de los lugares públicos, al menos de aquellos visibles, donde puedan crear problemas o perjudicar el maquillaje de unas urbes perfectas, ordenadas y pacíficas. La ciudad expulsa del espacio público a los que carecen de cualquier otro lugar.

Cuando se analizan los espacios públicos, considerando su posición, estructura, apariencia, funcionalidad y sobre todo la percepción y la apropiación que los ciudadanos hacen de estos lugares, en realidad se hace una reflexión sobre la sociedad. Estudiar el espacio público permite indagar sobre la evolución urbana, sobre las tendencias hacia la privatización y el control, y, de forma muy especial sobre la complejidad de una sociedad desigual. Los espacios públicos son, en realidad, un interesante espejo que nos muestra las prácticas, los movimientos y las relaciones de los habitantes de la ciudad. En ellos podemos rastrear cómo se afronta la convivencia y cómo se producen los procesos de apropiación por parte de nuevos grupos o individuos.

Lo que no se puede esconder es que en la estructura de la sociedad está incrustada la desigualdad y la heterogeneidad de los ciudadanos que la componen. Los derechos y la salvaguarda de la convivencia son importantes, pero también la comprensión de la existencia de esos otros ciudadanos que perturban lo establecido. Los límites son difíciles de precisar. En el espacio público conflicto y convivencia son una misma cosa y resolver de forma pacífica la coexistencia de grupos desiguales supone un reto.

Para mayor información

Calero Martín, C.G., Delgado Acosta, C.R., Armas Díaz, A. Espacio Público, conflicto y convivencia: la plaza Primero de Mayo en Santa Cruz de Tenerife. Scripta Nova. Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales. Barcelona: Universidad de Barcelona, 10 de mayo de 2014, vol. XVIII, nº 476

http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-476.htm

Carmen Gloria Calero Martín es profesora del Departamento de Geografía e Historia de la Universidad de La Laguna y miembro del Grupo de Investigación Ciudad, Política y Sociedad (CPSULL).

Nuestro bien más preciado, el tiempo

Moira Tornés Fernández*

Moira Tornés Fernández*
Moira Tornés Fernández*

Ciudades difíciles, organizadas, caóticas y confusas. Gente que se mueve para ir de su hogar a su puesto de trabajo, trabajos que desplazan gente, esto es la movilidad laboral.

El mundo cada vez se hace más urbano y se desplaza más profusamente, tanto interior como exteriormente. Actualmente más del 50% de las personas viven en ciudades, en la UE el 80% de la población vive en zonas urbanas, mientras que en España lo hace el 70%. Por esto se requiere una nueva cultura de las ciudades y del territorio y un nuevo enfoque, entendiendo los espacios en su totalidad y complejidad. 

En el simple hecho de ir y volver de nuestro lugar de residencia a nuestro puesto de trabajo consumimos el recurso más escaso con el que contamos, el tiempo. Este es un tema crucial no sólo para sociólogos, antropólogos, arquitectos y urbanistas, sino también para gente que como yo, se desplaza cada día. El incremento de la esperanza de vida y un mercado laboral flexible, donde las nuevas tecnologías cambian los paradigmas del trabajo in situ, al trabajo on-line, conlleva a que la elección de la residencia/empleo vaya perdiendo solidez cada vez más.

Sin lugar a dudas la reducción de los movimientos pendulares mejora nuestra calidad de vida. Pero, ¿Hasta qué punto la estructura de nuestras ciudades está relacionada con la longitud de los desplazamientos laborales? Analizando los desplazamientos de las personas desde su hogar a su puesto de trabajo, se puede medir hasta qué punto la estructura de las ciudades tiene influencia en las distancias recorridas por la población ocupada. Una serie de indicadores permiten afirmar que las ciudades policéntricas, caracterizadas por la presencia de una serie de núcleos/subcentros que poseen un elevado porcentaje de empleo y de población concentrado en ellos, reducen la movilidad laboral y aumentan la calidad de vida. Cuanto mayor es el número de subcentros, más equipotenciales son, mayor es el empleo concentrado en ellos y menor es la distancia recorrida por las personas trabajadoras. Empero, no basta con que exista una estructura policéntrica para reducir los patrones de movilidad, sino que también es necesario que los subcentros tengan las características que los hagan atractivos como sitio de empleo para sus propios residentes, o al revés, es decir, atractivos para vivir para las personas que trabajan en ellos.

Resultados de varios análisis que se están llevando a cabo dentro de proyectos de investigación ponen de relieve que factores como la forma de la ciudad y la diversidad de la oferta de las viviendas hacen que se reduzca la movilidad. Sin embargo, otros como las infraestructuras y el ratio de empleo/ vivienda (es decir, la cantidad de puestos de trabajo en comparación a la cantidad de vivienda; por ejemplo en un polígono industrial el porcentaje de empleo es muy elevado, sin embargo la cantidad de vivienda es prácticamente nulo), hacen que aumente la movilidad laboral. No es de extrañar que así sea, puesto que la movilidad se reduce en los municipios que por ser diversos en su oferta de empleo y vivienda minimizan las diferencias entre la cualificación de los empleos y las personas residentes ocupadas, que gracias a dicha diversidad residencial, pueden encontrar la vivienda que pueden permitirse, o la que desea.

La posibilidad de dar una salida más sostenible, equitativa y competitiva a la situación en la que vivimos reside en proyectar el propio diseño de la ciudad, de sus espacios públicos, de su estructura, de su forma y de sus usos del suelo. Está claro pues, que el objetivo futuro es fomentar el desarrollo de ciudades policéntrica donde la reducción de los movimientos pendulares mejoren la calidad de vida, y de paso, generen menos consumo energético y emisiones contaminantes.

A mí me gustaría vivir en una ciudad policéntrica, ¿Y a ti?

Para mayor información:

MARMOLEJO DUARTE, Carlos; TORNÉS FERNÁNDEZ, Moira. ¿Reduce el policentrismo la movilidad laboral? Un análisis para las siete grandes áreas metropolitanas en España. Scripta Nova. Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales. <http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-500.pdf>. ISSN: 1138-9788.

Carlos Marmolejo Duarte profesor titular en el departamento de Construcciones Arquitectónicas en la Universidad Politécnica de Cataluña. CPSV

*Moira Tornés Fernández doctoranda en Gestión y Valoración Urbana y Arquitectónica en la Universidad Politécnica de Cataluña. CPSV

Fuente: https://www.flickr.com/photos/alboradafotovalpo/13157880713/in/photolist-m3Hzwi-hkzAte-pVGmbw-b9Kei8-b9KeFr-jQHDRb-p4giHW-7MZ1qf-n16XQV-9ZWte2-pNHGJK-dmuJKm-p4igNc-dh8SyB-fvpR2E-92bi4h-pyhUN5-ddXdyV-qZykLg-hfeFrk-im7qVj-evScK4-qBTGXC-do3BAF-r2NDPK-71DMxi-fNRm15-71ADSo-nz5VGY-2fKxnR-4ksKxq-ovLHU4-bv6m1t-qVyUjR-8WtA3t-qVunjj-pYyMoq-qVySEZ-osraJs-qVpWSF-p7BXH7-4i9ep5-f9bUFQ-bXX3iA-b9Ke9p-mhtCYx-c2qgHY-a1STCy-9az8gk-9LAwAq
Fuente: https://www.flickr.com/photos/alboradafotovalpo/13157880713/in/photolist-m3Hzwi-hkzAte-pVGmbw-b9Kei8-b9KeFr-jQHDRb-p4giHW-7MZ1qf-n16XQV-9ZWte2-pNHGJK-dmuJKm-p4igNc-dh8SyB-fvpR2E-92bi4h-pyhUN5-ddXdyV-qZykLg-hfeFrk-im7qVj-evScK4-qBTGXC-do3BAF-r2NDPK-71DMxi-fNRm15-71ADSo-nz5VGY-2fKxnR-4ksKxq-ovLHU4-bv6m1t-qVyUjR-8WtA3t-qVunjj-pYyMoq-qVySEZ-osraJs-qVpWSF-p7BXH7-4i9ep5-f9bUFQ-bXX3iA-b9Ke9p-mhtCYx-c2qgHY-a1STCy-9az8gk-9LAwAq

Fuente: https://www.flickr.com/photos/nayukim/5704132134/in/photolist-9G4aKL-4HNkoi-5hY3fs-efvnKe-4VCg9B-7FzYTy-714uB6-abrbK-8SUmZD-nArUoL-phXmnE-ik1Qth-mN2SeK-5tdngD-vfCDS-7aHkWq-bRFoVx-dsaDPe-hYsPco-h7UmvB-o2RcBE-aLpMPP-4wbMjX-8tRgpy-9uFtEa-8WkMEW-Po9FA-7r2Png-51woD5-hhuQXd-5meUi9-q12qX-hRYLVF-f4q9G9-pPprd2-qQx6Ms-faVzEm-b3t23R-g2d54g-hA9Ehu-9qCCGg-jRtDhB-7xT5mh-od8XpX-Fhpmq-cUJqxQ-7Zfg3G-ao2H1J-bRG8Qt-75S9M4
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Crisis y desempleo en Madrid ¿Una ciudad dividida?

Ricardo Méndezi

El desempleo constituye el lado más oscuro de la profunda crisis económica iniciada en España a mediados de 2007. Consecuencia del agotamiento de un modelo de crecimiento que se demostró insostenible, es también la principal causa que sitúa a millones de ciudadanos ante el riesgo de caer en la pobreza y en diversas formas de exclusión. Es sabido que la probabilidad de engrosar las listas del paro varía según las características personales y las del grupo social de pertenencia, pero resulta menos habitual la referencia a las fuertes diferencias espaciales registradas en su aumento, visibles a diferentes escalas. Lo ocurrido en la ciudad de Madrid resulta un buen exponente del fuerte impacto urbano que tienen las crisis capitalistas, que en unos casos refuerzan viejos contrastes y en otros provocan modificaciones sustantivas de su estructura interna.

Lejos de ser un detalle banal, la diferente respuesta que las ciudades o sus barrios han ofrecido, primero a la crisis inmobiliario-financiera y más tarde a las políticas de austeridad que prolongaron la recesión, guarda relación directa con su grado de vulnerabilidad. Esa vulnerabilidad no es fruto del azar ni de una maldición bíblica, sino que es una construcción social con claves específicas que la literatura especializada relaciona con dos aspectos principales: su exposición al riesgo y su sensibilidad o fragilidad.

En ese sentido, aquellas ciudades que se especializaron en actividades de baja productividad y fuertemente cíclicas como la construcción o numerosos servicios al consumo, con altos niveles de endeudamiento y una elevada proporción de empleo temporal, fácilmente desechable en periodos de estancamiento económico, han padecido de forma intensa tanto el aumento del paro como otros costes de la crisis. En su interior, los barrios con mayor presencia de grupos sociolaborales de riesgo (inmigrantes, jóvenes sin formación, trabajadores precarios, personas de bajos ingresos…), así como déficit de servicios y equipamientos, han concentrado también los impactos más negativos de no existir políticas destinadas a paliar tales efectos. La vulnerabilidad actual resulta, pues, de una trayectoria previa en que se acumularon más o menos recursos y capacidades, pero también de una ideología neoliberal en la gestión urbana que intensifica la competencia, erosiona los mecanismos de solidaridad y reduce la acción pública en materia de protección social y ordenación territorial.

Más allá de unas cifras necesitadas de actualización periódica, la evolución del paro registrado en Madrid durante los cinco años posteriores al inicio de la crisis permite constatar algunas tendencias consistentes.

En primer lugar, el conjunto de la región metropolitana casi triplicó el número de inscritos en las oficinas de empleo, superando incluso la media española, en tanto su ciudad capital duplicó con creces la cifra inicial. Se confirma así que, pese a la acumulación de diversas formas de capital y las externalidades positivas asociadas a las ciudades globales, en su interior persisten grupos sociales y espacios altamente vulnerables que explican ese fuerte incremento. No obstante, es al aproximar la lente al interior de la ciudad cuando se confirma su carácter de mosaico social caracterizado por su heterogeneidad, pero en donde cada tesela muestra una localización nada casual que la crisis acentúa.

En una imagen estática sobre la distribución actual del paro respecto a la población en edad activa (16-65 años), la dualidad entre los barrios del noroeste y sureste de la ciudad muestra una llamativa persistencia. Heredada de la industrialización e implantación de las estaciones ferroviarias a fines del siglo XIX, el mapa aún dibuja una especie de frontera intangible –pero no por ello inexistente- con niveles de paro al sur de la misma que duplican con creces los de la mitad septentrional, a excepción de algunos antiguos núcleos de extrarradio ahora con elevada presencia de inmigrantes. Pero una perspectiva dinámica de lo ocurrido durante la crisis demuestra que la destrucción de empleos, lejos de atenuar o estabilizar esas desigualdades, las agudiza, con más de la mitad de los nuevos desempleados en siete distritos periféricos del cuadrante sureste. Como contrapunto, tanto en los barrios del Ensanche decimonónico, en torno al eje de negocios del Paseo de la Castellana, como en los de la periferia noroccidental, las tasas de aumento fueron inferiores a la mitad como reflejo del perfil sociolaboral de sus residentes.

Finalmente, buena parte de los desempleados madrileños se concentran en barrios aquejados por altas tasas de paro y rodeados por otros de características similares. Eso refuerza la formación de bolsas de malestar ciudadano en donde realidad objetiva y percepción subjetiva de marginación se retroalimentan, lo que debiera ser objeto de atención urgente para las políticas urbanas. Es lo que se llama autocorrelación espacial.

En resumen, la cuestión de la desigualdad, siempre relevante en el debate social y político, parece recuperar hoy protagonismo a medida que se profundizan los contrastes inherentes a lo que, en una obra hoy muy citada, Piketty califica como nueva era de capitalismo patrimonial. Debemos destacar que esa creciente polarización social y espacial se reproduce a diferentes escalas y que las grandes ciudades son laboratorio privilegiado para analizar sus causas y efectos, ofrecen un amplio campo para los estudios urbanos. Pero comprender que la crisis no es un simple fenómeno coyuntural, sino que acentúa procesos anteriores y hace surgir nuevas contradicciones que transforman la estructura urbana, puede dotar al estudio del desempleo en Madrid de un sentido que vaya más allá de los datos para aportar argumentos al necesario debate colectivo sobre el futuro de nuestras ciudades.

i Ricardo Méndez es geógrafo y profesor de investigación en el Instituto de Economía, Geografía y Demografía del CSIC.

Para más información:

Méndez, R. y Prada, J. Crisis, desempleo y vulnerabilidad en Madrid. Scripta Nova. Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales. [En línea]. Barcelona: Universidad de Barcelona, 20 de abril de 2014, vol. XVIII, nº 474. <http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-474.htm>.

Méndez, R.; Abad, L.D. y Echaves, C. Atlas de la crisis. Impactos socioeconómicos y territorios vulnerables en España. Valencia, Tirant lo Blanch, 2015, 300 págs.

Paro registrado sobre población en edad activa en los barrios de la ciudad de Madrid y evolución desde diciembre de 2006.

Paro registrado sobre población en edad activa en los barrios de la ciudad de Madrid y evolución desde diciembre de 2006.

Paro registrado sobre población en edad activa en los barrios de la ciudad de Madrid y evolución desde diciembre de 2006.

¿Hacia una nueva ciudad celeste?

Jean Pierre Garnier*

Una nueva divinidad se debería mencionar entre los «varios miles de religiones en todo el mundo» que se citan en un artículo reciente sobre “Las consecuencias urbanísticas de la existencia de Dios” <http://www.geocritiq.com/2014/04/las-consecuencias-urbanisticas-de-la-existencia-de-dios/>: el Mercado. Una divinidad más poderosa hoy día en el mundo social real que todas las otras.

Le divin marché, tal es el título de un libro [O Divino Mercado en portugués] de un filósofo francés, Dany-RobertDufour, que escribe también artículos de vez en cuando en la prensa de izquierda. En este libro, plantea que los metarelatos religiosos que organizaban el sentido de la sociedad fueron sustituidos al final del siglo XX por microrelatos aportados por el mercado, el fenómeno, hoy en día suficientemente consumado según el cual todo lo que pueda usted desear debe encontrar su solución en la mercancía: tanto en asuntos privados como en los que elevan la cultura, la educación, la salud…”. Es decir, hoy día el mercado nos ofrecería la solución a la inestabilidad y la incertidumbre que él mismo produce, sea un iPhone o el nuevo Mac, sea un psicoanálisis, yoga, coaching, sea una liposucción o unos días en Oceanía. Tal vez se podría añadir a esta lista «la normativa urbanística o legal» que se propone en el artículo publicado en GeocritiQ, como solución a «los problemas que existen», a los problemas urbanos entre otros.

En efecto, detrás o debajo del Derecho y la Democracia a las cuales se refiere el autor o que se invoca de una forma bastante idealista —como se enseña en las facultades de Derecho y los Institutos de Ciencias políticas—, se encuentran y se esconden (para la gente que prefieren ignorarlo) las relaciones sociales capitalistas que hacen de la ciudad un producto que se vende y que sirve para vender otros: promotores, banqueros, empresarios, gestores públicos, planificadores, urbanistas, arquitectos y hasta los profesores e investigadores expertos en cuestiones urbanas vendidos al capital, sean estos o no conscientes de ello.

Una ordenanza reciente del Ayuntamiento de Madrid trata de promover las denominadas «Zonas de Iniciativa Emprendedora», donde asociaciones de vecinos adinerados pagarán una contribución especial para mejorar servicios municipales. En el momento de una aceleración de la privatización y la mercantilización de la producción y el uso del espacio urbano, me parece irrealista (por no decir surrealista) seguir creyendo —pues se trata ya de una creencia — en el Derecho, que no es más que la codificación de las relaciones de fuerzas y por tanto de clases, y en la Democracia (representativa) que desposee el pueblo de su poder, para acabar con la especulación inmobiliaria, la segregación socio-espacial, la prioridad dada a las inversiones lucrativas y a los grandes proyectos urbanísticos que llamamos en Francia «inútiles e impuestos», en particular los que contribuyen al proceso y la política de «metropolización » que acentúan las desigualdades territoriales.

Frases tales como «Los marcos jurídicos y políticos existentes en los países democráti­cos deben ser, y pueden ser, utilizados para ello», o «Excluida la violencia en las relaciones sociales, solo queda la vía del derecho» me suenan a credo o, para no salirnos del terreno religioso, a mandamientos acompañados, desde luego, de las interdicciones implícitas correspondientes: la prohibición de cualquier crítica llevada a la acción -y no solamente limitada a palabras- y de cualquier forma ilegal de resistencia a decisiones y medidas injustas tomadas por autoridades (elegidas o no), so pena de sufrir la represión y el castigo del «Estado democrático». Pues, a la inversa de lo que se plantea, «la violencia» no debe estar de ningún modo «excluida». Se olvida, sin duda, el monopolio de su uso por el Estado al servicio de la clase dirigente ya sea, por ejemplo, para desalojar a familias pobres en el marco de una operación de renovación urbana o impedir una manifestación de protesta contra una política inicua. ¿Es legítimo ese monopolio?

Al final, poco importa que Dios exista o no: las «consecuencias urbanísticas» seguirán siendo las mismas mientras las causas sociales —la explotación capitalista y la dominación burguesa— permanezcan.

*Jean Pierre Garnier ha sido sociólogo urbano en el Centre National de la Recherche Scientifique

Los difusos límites de lo urbano

Acotar los límites de la ciudad siempre ha sido objeto de debate entre los estudiosos de la geografía urbana. Desde la pionera contribución de Horacio Capel en su homenaje al profesor Manuel Teran, La definición de lo urbano (reproducido en http://www.ub.edu/geocrit/sv-33.htm), mucho se ha discutido sobre las delimitaciones urbanas. Sin embargo, como reconoce un reciente informe de la OCDE (2012), Redefining “Urban” (http://dx.doi.org/10.1787/9789264174108-en), no existe actualmente un consenso entre los especialistas sobre la delimitación de los contornos urbanos que sea internacionalmente comparable, lo que conduce necesariamente a un deficiente seguimiento del desarrollo urbano.

Tradicionalmente las delimitaciones de las ciudades o áreas metropolitanas han partido de unidades administrativas, normalmente municipios, que eran agregadas según determinados criterios para generar una entidad superior que podríamos denominar ciudad administrativa. Esta forma de proceder es lógica, puesto que las estadísticas se recogen a partir de lindes administrativos prefijados exógenamente, pero que en muchas ocasiones tienen poco que ver con la realidad del espacio circundante, y responden a razones históricas o de reparto de poder que poco tienen que ver con la realidad demográfica o de localización de la actividad económica.

Una alternativa pasaría por disponer de estadísticas demográficas georreferenciadas, libres del corsé de los límites administrativos, y estudiar las aglomeraciones urbanas a partir de ellas. Sin embargo dicha información no está actualmente disponible con generalidad. En ausencia de la disponibilidad de una georreferenciación completa de la población, Eurostat y la DG-Regio de la Comisión Europea han trabajado en los últimos años en una tipología rural/urbana que sea consistente entre sí, y que, sin partir de los municipios como entidades básicas, pueda clasificarlos en rurales, intermedios o urbanos, agregando en algunos casos a lo que podríamos denominar ciudades administrativas. El punto de partida es la disponibilidad de una malla de población con resolución de 1 km2, de forma que para cada celda del territorio conocemos su población.

Dada esta información de base, cualquier tipología rural/urbano está armonizada en torno a tres conceptos fundamentales:

  • Celdas de población rural o áreas rurales: Celdas fuera de las aglomeraciones urbanas.
  • Aglomeraciones urbanas (urban clusters): Aglomeraciones de celdas contiguas, incluyendo las diagonales, con una densidad mínima de 300 habitantes por km2, y un umbral mínimo de población de 5,000 habitantes.
  • Centros urbanos o aglomeraciones urbanas de alta densidad (urban centers o high density clusters): Aglomeraciones de celdas contiguas, excluyendo las diagonales pero rellenando los huecos y suavizando los contornos, con una densidad mínima de 1,500 habitantes por km2, y un umbral mínimo de población de 50,000 habitantes.

La figura 1 muestra esta clasificación entre celdas rurales y urbanas a partir de una grid de población para España, y donde solo las celdas con población son consideradas.

Figura 1. Áreas rurales y aglomeraciones urbanas a partir de una grid de población de 1 km2.
Figura 1. Áreas rurales y aglomeraciones urbanas a partir de una grid de población de 1 km2.

Fuente: Elaboración propia a partir de los datos de Goerlich y Cantarino (2012). Cantarino, Goerlich y Reig (2013).

Una redefinición natural de ciudad administrativa, ligada a los centros de decisión política local, parte de los centros urbanos construidos a partir de aglomeraciones de celdas de alta densidad y un umbral mínimo de población de 50,000 residentes. Pero primero debemos establecer una regla que transforme las aglomeraciones, definidas a partir de las celdas de población y sin ninguna vinculación a los municipios, en una tipología rural/urbana a nivel municipal.

Los criterios actualmente propuestos por Eurostat se basan en las proporciones de población municipal que viven en los anteriores tipos de celdas:

  • Municipio rural o con baja densidad de población, si al menos el 50% de la población municipal vive en celdas rurales.
  • Municipio urbano pequeño (town) o con densidad intermedia de población, si menos del 50% de la población vive en celdas rurales y menos del 50% de la población vive en centros urbanos.
  • Municipio urbano (city) o densamente poblado, si al menos el 50% de la población vive en centros urbanos o aglomeraciones urbanas de alta densidad.

A partir de los municipios urbanos utilizando el criterio anterior se define la ciudad administrativa como el conjunto de municipios urbanos físicamente contiguos. De esta forma es posible que una ciudad esté constituida por un solo municipio o por varios, siempre y cuando todos ellos tengan al menos el 50% de su población residiendo en el centro urbano identificado a partir de la grid de población y sean contiguos. Al mismo tiempo es posible que no toda la población de un centro urbano pertenezca a la ciudad que define, puesto que una pequeña parte de él puede pertenecer a un municipio que no sea urbano.

La figura 2 muestra una aplicación de estas ideas a la delimitación de la ciudad de Madrid. Añadir los flujos de movilidad intra-día, por cuestiones de residencia trabajo, permitiría extender la ciudad al área metropolitana, que en este caso se extiende hasta las provincias próximas.

Figura 2. Ciudad policéntrica de Madrid: 16 municipios y 12 centros urbanos. 2006.
Figura 2. Ciudad policéntrica de Madrid: 16 municipios y 12 centros urbanos. 2006.

Fuente: Elaboración propia a partir de los datos de Goerlich y Cantarino (2012). Goerlich y Cantarino (2013).

Francisco Goerlich es atedrático de Análisis Económico en la Universitat de València

Para mayor información:

Francisco J. Goerlich e Isidro Cantarino. “Redefiniendo ciudades, Documento de Trabajo WP‑EC 2013‑06. Instituto Valenciano de Investigaciones Económicas. 2013. (Septiembre). pp.‑ 32.

http://www.ivie.es/downloads/docs/wpasec/wpasec-2013-06.pdf

Francisco J. Goerlich e Isidro Cantarino. “Población urbana y rural a nivel municipal”, Documento de Trabajo WP‑EC 2013‑01. Instituto Valenciano de Investigaciones Económicas. 2013. (Abril). pp.‑ 35.

http://www.ivie.es/downloads/docs/wpasec/wpasec-2013-01.pdf

La transformación ambiental urbana y los solares vacíos en Barcelona.

Mª Àngels Alió

Hace algo más de un año el Ayuntamiento de Barcelona hacía pública una convocatoria que preveía la cesión por tres años de 15 solares municipales a colectivos ciudadanos interesados en llevar a cabo acciones de carácter social en estos espacios. Era el llamado Pla de Buits, o plan de solares urbanos. Los resultados se dieron a conocer el verano pasado, con la adjudicación de 12 propuestas correspondientes a otros tantos solares.

Los círculos sociales de la ciudad han comentado la timidez de una iniciativa que podría haber ido más allá, incluyendo, especialmente, solares privados que también están en desuso, y que hubieran ampliado la oferta a más asociaciones y propuestas.

En cualquier caso, este proyecto tiene dos características que hay que destacar. La primera, el reconocimiento público del papel de la sociedad civil en el desarrollo de intervenciones urbanas. Y la segunda, el carácter abrumadoramente ambiental de las propuestas de las asociaciones, que incluyen nueve huertos urbanos, una propuesta de arquitectura bioclimática destinada a equipamientos de barrio, otra sobre transporte urbano en bicicleta y, por último, la construcción de un local de servicios sociales. Dos rasgos que conducen directamente al tema de los protagonismos de lo que viene en llamarse la reforma ambiental urbana. Porqué desde los años setenta en el siglo pasado hasta la actualidad ha habido cambios en los actores que están impulsando dicha reforma.

Desde que Murray Bookchin planteó, a mediados de siglo pasado, la necesidad de abordar la reforma ambiental desde las ciudades se pensaba las instituciones municipales iban a ser las responsables de llevar a cabo los cambios que fueran necesarios. Por su parte, la población más implicada ambientalmente debía cumplir su función en el proceso de movilización y presión sobre la administración. Poco después, durante los años ochenta y principios de los noventa la reforma ambiental urbana fue desarrollándose al amparo del trabajo de expertos y profesionales interesados en articular los objetivos ambientales en el seno de la planificación local y urbana. Lo que reforzó el papel de la administración pública, en la medida que ésta era la única que tenía capacidad y competencia para llevar a cabo dicha transformación, al menos en Europa.

Desde 1994 las Agendas 21 Local abrieron las puertas al protagonismo compartido entre la administración y la ciudadanía. Fue un periodo corto y confuso, colmado tanto de expectativas como de decepciones. Una de las causas fue la evidencia de la creciente debilidad de la administración pública y ya en los inicios del período neoliberal empezaron a aparecer cifras que mostraban de manera elocuente las disminuciones drásticas de los presupuestos públicos en las ciudades norteamericanas.

Frente a ello, desde finales de los noventa, y sobre todo desde principios del nuevo siglo, resurgieron nuevos protagonistas sociales. Una novedad de los nuevos movimientos sociales consiste en que los actores sociales empiezan a tener una función directa en la transformación activa y directa de la ciudad y los espacios urbanos. En el día de hoy de las sociedades urbanas pueden encontrarse multitud de acciones que se orientan directamente a corregir impactos ambientales de múltiples características y circunstancias, aunque todos ellos tengan en común comportamientos cotidianos. Pensamos, por ejemplo, en acciones para la reducción de residuos surgidas de la misma población y que conectan con el ideario del consumo responsable. O también en los comedores escolares ecológicos, promovidos y coordinados por las asociaciones de padres y madres en colaboración con campesinos de agricultura ecológica y un número pequeño pero creciente de profesionales de la restauración colectiva. Por no hablar del movimiento de huertos urbanos sociales, que empezó como una novedad y se ha expandido hasta transformarse en poco tiempo en un elemento más de las ciudades.

La red internacional de iniciativas urbanas agrupadas bajo el nombre de Transition Towns (www.transitionnetwork.org)es un ejemplo de esta nueva situación. Se trata de una red de más de mil ciudades. Aún cuando, en realidad, deberíamos añadir un número semejante de ciudades, con otras formas de organización y soporte mutuo pero con el mismo objetivo de ayudar a sus habitantes a realizar sus propios proyectos de transición a una sociedad más ecológica.

Por supuesto que las ayudas institucionales son bienvenidas, pero las personas que forman parte de este movimiento no confían demasiado en ellas. Aunque, como en el llamado Pla de Buits de Barcelona, están dispuestas a aprovechar las oportunidades que se les ofrecen.

Mª Àngels Alió es Profesora Titular del Departamento de Geografia Humana de la Universidad de Barcelona y Directora del Grupo de Investigación en Ecología Social y Planeamiento Participativo.

Para más información:

ALIÓ, M.Àngels – JORI, Gerard.: La reforma ambiental de las ciudades. Visiones y propuestas del movimiento vecinal de Barcelona. Scripta Nova. Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales. Universidad de Barcelona. Vol. XIV, núm. 331 (63), 1 de agosto de 2010.

BELLET, Carme: La activación de solares urbanos. De práctica alternativa a objeto de programas municipales. Biblio3W. Revista bibliográfica de Geografia y Ciencias Sociales. Universidad de Barcelona. Vol. XIX, nº 1058, 15 de enero de 2014.