Mobilidade populacional e educação superior no Brasil: o caso do norte fluminense

Jéssica Monteiro da Silva Tavares1

Elzira Lúcia de Oliveira2

Resumo

A localização da população e os processos de mobilidade espacial são considerados elementos importantes na constituição do espaço urbano. Entre os processos de mobilidade espacial, destaca-se o papel dos deslocamentos pendulares, em especial, os movimentos realizados para fins de estudo que, da mesma maneira que são impulsionados pela dinâmica e demanda da economia, também podem produzir relevante impacto sobre a organização das cidades que experimentam uma integração na escala regional. Embora o principal motivo dos deslocamentos pendulares seja a procura por trabalho, a busca por oportunidades educacionais também é motivação de deslocamentos populacionais. O padrão espacial da localização dos estabelecimentos de ensino, de forma concentrada em determinados espaços, para níveis de ensino médio e superior, leva à necessidade de deslocamentos frequentes entre residência e unidade de ensino por parte de um amplo número de estudantes. O objetivo geral desse trabalho é analisar os movimentos populacionais pendulares por motivo de estudo de nível superior na região Norte do Estado do Rio de Janeiro, principalmente em direção ao município de Campos dos Goytacazes, historicamente reconhecido como polo de educação superior na região. Para investigar a questão se utilizou de abordagem predominantemente quantitativa, utilizando o Censo Demográfico do IBGE de 2010 e do Censo do Ensino Superior do INEP como fontes de dados secundários. Além de identificar os fluxos de origem, identificar-se-á também, de forma resumida, o perfil desses estudantes pendulares. Para entender a centralidade do município de Campos dos Goytacazes na oferta de serviços de ensino, foi calculado o Quociente Locacional (QL) no setor de ensino dos municípios da região, bem como dos municípios classificados pelo IBGE no mesmo nível de hierarquia urbana de Campos dos Goytacazes. Adicionalmente, foi calculado o Índice de Eficácia da Pendularidade (IE) para os municípios da região Norte fluminense. O recorte espacial deste estudo, a região Norte do estado do Rio de Janeiro, tem passado por profundas modificações socioeconômicas e territoriais após a descoberta e exploração de petróleo na Bacia de Campos. O município de Macaé, base operacional da Petrobrás, quadruplicou, passando de 47.221 habitantes em 1970 para 206.728 em 2010. O adensamento populacional e a valorização do solo urbano têm espraiado os efeitos da indústria petrolífera para os municípios limítrofes, como também tem produzido fluxos diários entre vários municípios da região e Macaé, em decorrência da grande oferta de trabalho. Por outro lado, a busca por qualificação, visando em grande parte inserção na indústria petrolífera, também tem gerado fluxos entre os municípios, especialmente com destino à Campos dos Goytacazes, que mantém uma oferta regular de ensino profissionalizante de nível médio e nível superior, por meio de instituições públicas e privadas. Adicionalmente, os recursos de royalties e participações especiais que os municípios impactados direta e indiretamente pela indústria do petróleo recebem, conferem a esses municípios certa folga orçamentária em relação aos demais, com poucas restrições em relação à alocação desses recursos. Sendo assim, os municípios contemplados com esses recursos, especialmente os menores, na ausência de oferta de serviços educacionais no local, fornecem bolsas de estudos e transporte para os residentes estudarem em outro município, geralmente em Campos dos Goytacazes, em função de uma oferta diferenciada na região. A indústria petrolífera sediada em Macaé desloca o eixo dinâmico regional de Campos dos Goytacazes para Macaé caracterizando o atual ciclo da economia do Norte Fluminense, baseado na indústria extrativista do petróleo, responsável pela dinâmica econômica da região. Sendo assim a geoeconomia que se desenha é a centralidade de Macaé em termos de localização industrial, com claros reflexos nos municípios vizinhos, a exemplo de Rio das Ostras. Neste contexto, Campos dos Goytacazes assume centralidade na oferta serviços educacionais para qualificação de mão de obra para a indústria petrolífera. Constatou-se que os deslocamentos populacionais para fins de estudo na região Norte Fluminense ocorrem predominantemente em direção a Campos dos Goytacazes que exerce papel de centro regional, atraindo estudantes de várias partes do estado do Rio de Janeiro e, inclusive de outros estados do Brasil.

Palavras-chave: Movimento Pendular. Estudo. Região Norte Fluminense. Oportunidades Educacionais. Campos dos Goytacazes.

Para mais informações: https://espacoeconomia.revues.org/2335

1 Doutoranda em Geografia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Professora de Geografia na Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC). E-mail: jessicamonteirost@gmail.com

2 Doutora em Demografia (UFMG). Professora Adjunta IV na Universidade Federal Fluminense (UFF). E-mail: elziralucia@id.uff.br

LA MOVILIDAD DE ESTUDIANTES Y ACADÉMICOS: NUEVOS PATRONES DE MIGRACIÓN Y MOVILIDAD EN UN MUNDO GLOBAL

Cristóbal Mendoza

Universidad Autónoma Metropolitana-Iztapalapa

Barbara Staniscia

Università di Roma “La Sapienza”

Anna Ortiz Guitart

Universitat Autònoma de Barcelona

En un mundo globalizado y tecnológicamente avanzado, las personas migran por razones de índole diversa. La mayoría de las migraciones son de ámbito laboral. Aunque una gran parte de estas migraciones son realizadas por trabajadores poco calificados, que en muchos casos, escapan de realidades laborales y sociales poco atractivas, un número creciente de personas que se desplazan cuentan con niveles altos de calificación y lo hacen en el marco de corporaciones transnacionales, organismos internacionales o, más genéricamente, instituciones como pueden ser universidades o centros de investigación. En este artículo, nos centraremos en el grupo de académicos y estudiantes, que representa, en cierta manera, una forma diferente de entender la migración calificada y permitirá entender al lector la complejidad del fenómeno migratorio en un mundo cada vez más integrado económicamente.

Movilidad de estudiantes

Desde los años ochenta, en Europa, se inició la política de movilidad de estudiantes en el seno de la Unión Europea, como los programas SOCRATES/ERASMUS, que preveían acuerdos bilaterales entre universidades para el intercambio de estudiantes. Teniendo en cuenta estos programas, Russell King y Parvati Raghuram distinguen tres tipos de movilidad internacional de estudiantes: (i) la ‘movilidad por créditos’ (credit mobility), generalmente de una duración inferior a un año, que consiste en realizar parte del período de estudios en un país diferente al propio, gracias a un acuerdo entre ambas universidades; (ii) la ‘movilidad por títulos’ (degree mobility), que consiste en estudiar en el extranjero todo el tiempo necesario para obtener un título de educación superior y (iii) una movilidad no formal que consiste en viajes de estudios o períodos en el extranjero, sin reconocimiento formal de créditos o títulos.

Entre los factores determinantes a la hora de tomar la decisión de estudiar en el extranjero, el papel que desempeña la familia en el proceso que puede impulsar (o contrastar) la elección por parte del estudiante. De acuerdo con Johanna Waters, en el marco de la familia, los estudios en el extranjero son una forma de inversión que genera ‘capital cultural’ o ‘conocimientos tácitos’ y está fuertemente influenciada por la condición social y la economía de la familia. La experiencia internacional, desde este punto de vista, es uno de los factores que influyen en la ‘reproducción de clase’.

La movilidad internacional de estudiantes puede ser considerada como movilidad temporal transnacional; elección que podría enmarcarse dentro de una perspectiva de trayectoria de vida, debido a que esta decisión puede ser decisiva para entender futuras movilidades. Es lo que Russell King y Enric Ruiz-Gelices definen como vínculos de movilidad. Según Lotta Frändberg, se pueden distinguir tres tipos de ‘vínculos de movilidad’: (i) la movilidad temporal internacional como parte de una trayectoria profesional y personal y vinculada a un lugar particular, a una cultura concreta que se traduce en viajes frecuentes y repetidos, estancias temporales y, finalmente, podrían derivar en migración; (ii) la movilidad temporal relacionada con vínculos ‘lejanos’ que implican una movilidad transnacional regular y continua entre espacios geográficos y (iii) la movilidad temporal como un proceso de movilidad continua entre diversos lugares y culturas.

Relacionado con lo anterior, la movilidad temporal de estudiantes en el presente se podría transformar en una migración futura. La comprensión de este fenómeno puede ser útil para realizar proyecciones a medio plazo sobre los desplazamientos de población y estimar los impactos territoriales que se derivan de ello, sea en el país de origen o en el de destino. De hecho, se estima que en el año 2012 al menos 4 millones de estudiantes realizaron estudios en un país diferente al de origen y que esta cifra ha crecido sustancialmente desde el año 2000, momento en que el número de estudiantes en el extranjero ascendía a 2 millones. De 1975 a 2008, el número de estudiantes internacionales se cuadriplicó y, en el período 2000-08, aumentó un 70%. En cuanto a su distribución geográfica, cinco países suman alrededor del 50% del total de estudiantes. Estos países son, por orden de importancia, son Estados Unidos (18%), Reino Unido (11%), Francia (7%), Australia (6%), Alemania (5%). Los principales países de origen son, por el contrario: China, India, Corea, Alemania y Arabia Saudí.

Movilidad de académicos

En un contexto de internacionalización creciente de currículums e itinerarios formativos, los científicos también tienen una predisposición mayor a la movilidad internacional. Se podría incluso afirmar que la academia es internacional por definición y que la ciencia se funda en la circulación de personas e ideas. De hecho, el mercado de trabajo de los académicos es muy particular, en cuanto que la movilidad resulta muy relevante para el desarrollo de la carrera académica. Dicha movilidad se realiza, generalmente, sobre la base de acuerdos entre universidades, que articulan redes de intereses comunes de investigación y, a menudo, viene precedida de una experiencia previa como estudiante. Se podría afirmar incluso que, en algunos contextos académicos, se da una ‘expectativa de movilidad’, a la que los investigadores están expuestos.

En algunos casos, además, los avances en la academia se deben más a la posición de los académicos en las redes de poder locales que a sus propios méritos de investigación. Por tanto, a menudo, la migración puede relacionarse con las trabas existentes en el mercado universitario. Sería el caso de los países mediterráneos (España, Grecia, Italia o Portugal) o de los países del este europeo (Bulgaria, Polonia o Rumanía), donde se observa claramente un efecto de expulsión, derivado de las disfunciones del mercado laboral universitario, donde es, más que una elección, una necesidad. La inseguridad, la precariedad o los bajos niveles salariales son motivos de expulsión de los académicos de estos países y constituyen una apuesta por la migración internacional.

Reflexiones finales

La movilidad de estudiantes ha tenido un gran desarrollo en el debate científico en los últimos diez años. El tema se ha abordado desde una perspectiva individual (en particular, el estudio de los factores que impulsan a los estudiantes a escoger una trayectoria formativa internacional), desde una perspectiva institucional (los factores que mueven a las universidades a atraer, o no, a los estudiantes extranjeros), o desde una perspectiva política (explorar los motivos de los estados nación y de las áreas o instituciones supranacionales, como son la Unión Europea, para impulsar la internacionalización estudiantil). De todo ello, a la hora de entender los flujos de estudiantes internacionales, se debería tener en cuenta tanto los factores derivados de políticas institucionales, nacionales o supranacionales, como las motivaciones personales. Entre estas últimas, se encuentra el crecimiento personal, la creación de capital social y cultural, la adquisición de competencias concretas, o el deseo de vivir nuevas experiencias.

El tema de la movilidad de los académicos también se ha desarrollado ampliamente en los últimos diez años, en un contexto de mayor movilidad y de competitividad creciente entre universidades en un mundo global. En el artículo, se ha puesto en evidencia cómo la movilidad geográfica de los investigadores y académicos, por períodos más o menos largos y frecuencias más o menos intensas, se desplazan en el territorio en pos del intercambio de conocimiento, proyectos e ideas que, a su vez, puede repercutir en una mejora de la carrera académica individual. De esta manera, se ha puesto de manifiesto que, en el caso de migraciones por períodos largos o permanentes, estos movimientos son, a menudo, fruto de las desigualdades globales en el ámbito académico y científico, y reflejan el deseo individual de reconocimiento en el campo de la investigación y la ciencia, así como mejoras económicas, laborales o de condiciones de vida. El papel de las instituciones universitarias, de las políticas nacionales y supranacionales a la hora de favorecer y atraer a académicos también se ha discutido, poniendo de relieve una geografía clara de países que atraen y expulsan, de tal forma que se perfila una tendencia a la concentración de centros de investigación y universidades atractivas a escala global.

Para mayor información:

MENDOZA, Cristóbal; STANISCIA, Bárbara; ORTIZ GUITART, Anna. Migración y  movilidad de las personas calificadas: nuevos enfoques teóricos, territorios y actores. Biblio 3W. Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales. [En línea]. Barcelona: Universidad de  Barcelona,  25 de Julio de 2016, Vol. XXI, nº 1.166. <http://www.ub.es/geocrit/b3w1166.pdf>. [ISSN 1138-9796].

1 Este artículo forma parte de una investigación sobre migración calificada en México y cuenta con el apoyo financiero del Consejo Nacional de Ciencia y Tecnología del gobierno federal mexicano. El proyecto se enmarca en la convocatoria PDCPN2013-01, de atención a problemáticas de interés nacional (proyecto núm. 212208).

Inmigrantes rumanos en movimiento

Rafael Viruela*

La crisis económica y financiera que sufre España desde finales de 2007 ha activado la movilidad geográfica de los inmigrantes rumanos, que destaca por la diversidad: circulación entre diferentes regiones españolas y entre España y Rumania, migración de retorno y emigración a otros países. En general, estos desplazamientos no se habían planificado con antelación y responden a la búsqueda de oportunidades que les permitan mejorar su situación, gravemente dañada por la crisis.

En los primeros años, se registró un notable aumento de la movilidad geográfica en España por motivos de trabajo. Entre 2007 y 2011, se duplicó la contratación de trabajadores rumanos en provincias distintas a la de residencia. Estos desplazamientos movilizan sobre todo a los varones, que trabajan fundamentalmente en el sector agrario. Entre las campañas agrícolas que atraen un mayor contingente destacan: la recolección de aceitunas en Andalucía y Extremadura; ajo y cebolla, además de la vendimia, en la Mancha; cítricos en Comunidad Valenciana; fruta en el valle del Ebro; recolección de fresas en Huelva, etc. Las campañas agrícolas requieren mano de obra abundante en cortos periodos de tiempo. Por este motivo, la estrategia de los trabajadores consiste en enlazar diferentes campañas con el fin de mantenerse activos durante más tiempo.

Principales flujos de trabajadores rumanos entre provincias de España, en 2011
Principales flujos de trabajadores rumanos entre provincias de España, en 2011

Fuente: Observatorio de las Ocupaciones. Servicio Público de Empleo Estatal.

Con la agudización de la crisis en 2012, la movilidad geográfica interna se redujo y aumentó la emigración exterior. En los últimos cuatro años, el stock de inmigrantes rumanos residentes en España se ha reducido en cerca de 200.000 efectivos. Entre los que emigran hay mayor proporción de varones porque son ellos los más afectados por la destrucción de empleo debido a su acusada dependencia del sector de la construcción. La mujeres suelen mantenerse activas (servicio doméstico, cuidado de personas dependientes, etc.) y permanecen en el lugar de destino para optimizar los recursos y para no cambiar el entorno de los hijos. No obstante, las diferencias de género se han reducido y también han emigrado familias enteras, lo que revela que parte de la emigración es definitiva o de larga duración.

Flujos de emigración de los rumanos (2008-14)

EVREM
AñoTotal% de mujeresAñoTotal% de mujeres
200813.78440,0200831.60540,5
200925.42140,1200949.13541,1
201033.22741,9201047.91342,4
201135.21843,7201140.31542,5
201235.66641,9201261.28843,2
201358.42942,5201366.36943,9
201456.46543,7201451.83245,5
2008-14258.21042,42008-14348.45742,9

Fuente: INE, Estadística de Variaciones Residenciales (EVR) y Estadística de Migraciones (EM).

La migración de retorno ha aumentado. Pero muchos de los que regresan a Rumania, ante las escasas oportunidades de trabajo, los bajos salarios y los deficientes servicios públicos, vuelven a emigrar o se instalan en la movilidad circulatoria, que consiste en desplazamientos de duración variable, repetitivos o cíclicos, entre el lugar de origen y el de destino. Así lo expresaba un inmigrante: “La gente retornó y vino otra vez. La gente está como… de camino. Es como un circuito. La gente regresa a Rumania, acaba los ahorros y viene de nuevo. La gente gasta y retorna aquí”. Algunos van y vienen con relativa frecuencia en busca de oportunidades o para interesarse por el negocio familiar y el proceso de construcción de la vivienda. Hay desempleados que cobran el subsidio en España y pasan la mayor parte del año en Rumania. Las idas y venidas han adquirido relevancia en los últimos años y responden a las dificultades que, en las actuales circunstancias, tienen muchos migrantes para asentarse en un único lugar.

Una de las estrategias de movilidad es la emigración a otro país, una opción que de momento es minoritaria pero con tendencia al aumento. Europa destaca como destino privilegiado por dos motivos fundamentales: la proximidad geográfica y la libertad de movimientos en el espacio Schengen. La ciudadanía europea otorga libertad de movimiento a los rumanos, que pueden desplazarse y residir donde quieran, aunque la mayoría prefiere ir a Alemania e Italia. La elección del nuevo destino está condicionada por el conocimiento que tiene el migrante por estancias anteriores a su establecimiento en España y/o por la presencia de familiares y amigos que facilitan la inserción laboral.

A pesar de la crisis, la mayor parte de los inmigrantes rumanos permanece en España (alrededor de 640.000 en el momento actual) por motivos diversos. Unos porque han mejorado laboralmente y se han integrado en la sociedad de acogida. Otros, aunque trabajen de forma intermitente y hayan menguado sus ingresos, consideran que están mejor aquí que en Rumania. Las salidas pueden aumentar si la situación de precariedad e inseguridad en la que viven muchas familias no experimenta un cambio sustancial y, muy especialmente, en la medida en que las mujeres tengan problemas para conservar su empleo. Es previsible que dentro de unos años aumente el número de retornados ya que la pensión de jubilación les permitirá vivir con más desahogo en Rumania.

Para mayor información:

MARCU, Silvia. La movilidad transfronteriza de rumanos en España en tiempos de crisis. Revista Internacional de Sociología, enero-abril de 2013, 71 (1), 115-141. <http://dx.doi.org/10.3989/ris.2012.01.18> ISNN: 1988-429X.

VIRUELA, Rafael. La movilidad interna e internacional de los inmigrantes rumanos durante la crisis, Scripta Nova. Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales, 15 de mayo de 2016. <http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-536.pdf > ISSN: 1138-9788.

*Rafael Viruela es profesor de la Universitat de València.

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Si lo consideran oportuno, pueden elegir alguna de estas imágenes

Vivienda en construcción (Neamț, Rumania, septiembre de 2013)
Vivienda en construcción (Neamț, Rumania, septiembre de 2013)

Vehículo de tracción animal (Suceava, Rumania, septiembre de 2013)
Vehículo de tracción animal (Suceava, Rumania, septiembre de 2013)

La tercera oleada de “gachupines”. La emigración de españoles a México desde 2008

Jara Rodríguez-Fariñas, Juan Manuel Romero-Valiente y Antonio Luís Hidalgo-Capitán

Desde su independencia, México ha recibido tres importantes oleadas de emigrantes españoles, conocidos en México como “gachupines”. Dicho término, de carácter peyorativo, hacía referencia al español algo prepotente llegado al país que en poco tiempo adquiría una situación social acomodada; aunque en la actualidad ha perdido dicha connotación para ser utilizado de manera coloquial como sinónimo de emigrante español.

La primera de estas oleadas se produjo entre 1880 y 1930, fueron unas 30.000 personas y se les conoce como los emigrantes económicos; la segunda tuvo lugar entre 1938 y 1950, la conformaron unas 25.000 personas y sus integrantes son identificados como los exiliados políticos; y desde 2008 se está produciendo la tercera, cuya dimensión es a día de hoy difícil de precisar por cuanto se encuentra en curso.

Dicha oleada se constata por el hecho de que en la última década se ha triplicado la entrada anual de españoles a México (Figura 1) y, en concreto, desde el inicio de la crisis económica en 2008 hasta mediados de 2015, han llegado a México casi 7.000 emigrantes españoles, de los cuales el 73,1% han nacido en España (Figura 2).

La falta de oportunidades laborales en España, junto un aumento de la demanda de mano de obra cualificada por parte de México, ha hecho que muchos jóvenes españoles, y no tan jóvenes, emigren hacia este país, donde han encontrado no sólo un puesto de trabajo acorde con su formación, sino también la posibilidad de su desarrollo curricular.

5).

Figura 1. Emigración española a México (2002-2014). Datos absolutos.

Elaboración propia a partir de datos de la Estadística de Variaciones Residenciales del INE (201
Figura 1. Emigración española a México (2002-2014). Datos absolutos.
Elaboración propia a partir de datos de la Estadística de Variaciones Residenciales del INE (201

Figura 2. Emigración española a México por país de nacimiento (2008-2014). Datos absolutos. Elaboración propia a partir de datos de la Estadística de Migraciones del INE (2015).

La mayoría de estos nuevos emigrantes españoles se denominan a sí mismos como “exiliados económicos”, pues consideran que han sido expulsados de España por la falta de oportunidades de la que responsabilizan a la élite política de este país (“No nos vamos, nos echan”).

Casi el 50% de los nuevos emigrantes españoles tiene entre 25 y 44 años, el 60,5% son hombres y dos de cada tres no están casados legalmente. Procedentes principalmente de las comunidades de Andalucía, Madrid y Cataluña, la mayoría de ellos reside en el Distrito Federal y los Estados de Jalisco y de Puebla. Y en general se encuentran altamente cualificados, ya que algo más del 80% cuenta con estudios universitarios y más del 30% con formación de posgrado.

Los trabajadores españoles llegan a México para cubrir las necesidades de mano de obra cualificada, debido a que gran parte del capital humano mexicano, y en especial el más valioso, emigra hacia Estados Unidos. Así, ante las dificultades para contratar profesionales nacionales, muchas empresas mexicanas se ven obligadas a reclamar talento del extranjero.

Por otro lado, la crisis económica ha llevado a muchas empresas españolas a buscar oportunidades de negocio en México la oportunidad de hacer negocio, trasladando con ellos a una parte importante de sus plantillas, en muchos casos de manera forzosa, y generando con ello un importante volumen de “expatriados” entre los emigrantes españoles, que lógicamente tienen unas condiciones laborales más favorables que el resto.

A pesar de estas diferencias, a las que se suman las derivadas del tipo de titulación que posean, la mayoría de los emigrantes españoles obtiene ingresos que están por encima del salario medio mexicano. Aunque su nivel de vida depende también en gran medida de su lugar de residencia, ya que el coste de la vida varía enormemente entre ciudades e incluso entre barrios de una misma ciudad (alquileres, servicios, comercios…).

Como es habitual en todo proceso migratorio, las dificultades iniciales que encuentran los emigrantes españoles son la necesidad de regularizar su situación para poder trabajar y la escasez de recursos económicos para financiar el viaje y los primeros meses de estancia. Y aunque, pasados los duros momentos iniciales, la existencia de redes sociales y de una lengua y cultura común facilitan la integración, en su conjunto contemplan como problemas para su vida cotidiana: la calidad del sistema sanitario mexicano; la inseguridad; la ineficiencia de la burocracia nacional; sus condiciones laborales; el acceso, los precios y la calidad de las viviendas; y algunos problemas culturales, como por ejemplo los referidos a las relaciones de género.

Los emigrantes españoles, en general, están bastante satisfechos de su proceso migratorio a México y, de hecho en torno al 45% de ellos tiene pensado permanecer en el país de manera indefinida. Del resto, alrededor del 30% aspira a reemigrar a otro país para seguir ampliando su currículum; mientras que sólo el 25% se plantea el retorno a España.

Y mientras la economía española no acabe de remontar y siempre y cuando la economía mexicana siga creciendo y disminuya la inseguridad y la corrupción en el país, cabe de esperar que sigan llegando a México nuevos emigrantes españoles. Así, como lo hicieron los “gachupines” de las dos primeras oleadas, los exiliados económicos de la tercera oleada de “gachupines” ya están contribuyendo al desarrollo económico y cultural de México.

Para mayor información:

RODRÍGUE-FARIÑAS, J., ROMERO-VALIENTE, J. M., HIDALGO-CAPITÁN, A. L. (2016). Los exiliados económicos. La nueva emigración de españoles a México (2008-2014). En: Scripta Nova, [en línea]. No. 532, 15 de marzo de 2016. ISSN 1138-9788. Disponible en: http://www.ub.edu/geocrit/nova-ig.htm.

Jara Rodríguez-Fariñas es Doctoranda en Sociología por la Universidad de Huelva y miembro del equipo del Proyecto FIUCUHU del Centro de Investigación en Migraciones de la Universidad de Huelva.

Juan Manuel Romero-Valiente es Profesor Titular de Geografía, coordinador del Proyecto FIUCUHU del Centro de Investigación en Migraciones de la Universidad de Huelva y miembro del Proyecto FLACSO – España.

Antonio Luís Hidalgo-Capitán es Profesor Titular de Economía Aplicada, coordinador del Proyecto FIUCUHU del Centro de Investigación en Migraciones de la Universidad de Huelva y miembro del Proyecto FLACSO – España.

Migraciones latinoamericanas a debate: inflexiones migratorias y crisis

Rosalia Avila Tàpies*

Las migraciones latinoamericanas y caribeñas están ocupando el centro de atención en los foros geográficos internacionales, como ha ocurrido en la8.ª Conferencia Internacional sobre Geografías de la Población (8th International Conference on Population Geographies) celebrada en Brisbane a principios de este verano. En ella se han debatido las relaciones entre migración y desarrollo en la región de América Latina y el Caribe, los determinantes de las migraciones extraregionales, los efectos de la reciente crisis financiera mundial en la movilidad de los latinoamericanos, las migraciones de los damnificados caribeños, y las migraciones rurales circulares motivadas por el cambio climático en Brasil, entre otros temas.

Asimismo, en dicha conferencia ha habido cabida para el debate sobre la inmigración latinoamericana en España, país donde se ha producido una entrada masiva de inmigrantes procedentes de América Latina desde finales de los años noventa —la ‘latinoamericanización de España’— que sólo ha sido frenada por la crisis económica de 2008. Así, el repentino crecimiento del número de residentes latinoamericanos (2.4 millones en 2014) y su movilidad diferencial ha despertado el interés académico de geógrafos de la población vinculados a universidades españolas, como indican los dos análisis exhaustivos que se han presentado en Brisbane. En ellos se han examinado las fuerzas externas que han producido y modelado las migraciones transoceánicas latinoamericanas desde la perspectiva de los países que constituyen sus mayores receptores a cada lado del océano atlántico (España) y del pacífico (Japón). Por otro lado, se han analizado los efectos de la crisis económica reciente en los patrones de movilidad interna de los residentes latinoamericanos en España, a partir de las últimas estadísticas disponibles.

Mapa de la distribución en España de la población nacida en Latinoamérica (2014)
Mapa de la distribución en España de la población nacida en Latinoamérica (2014)

Fuente: Bayona-i-Carrasco, J.; Thiers Quintana,J. y Avila-Tàpies, R. 2015. Effects of the recent economic crisis on the internal migration patterns of Latin American residents in Spain. New evidence from the latest data. Comunicación en ICPG, Brisbane.

A pesar de que los flujos latinoamericanos hacia España y Japón están compuestos por emigrantes de distintas ascendencias y características, ambos presentan características comunes que justifican el análisis comparativo. Pues las fuerzas económicas, emocionales y políticas actuando sobre éstos, y la secuencia migratoria —emigración, repatriación y re-entrada— coinciden en gran medida. Mismamente, la emigración latinoamericana ha estado determinada por los cambios en la políticas oficiales en ambos países, promovidos por las necesidades del mercado laboral, y por preferencias étnicas debido a una percibida afinidad etnocultural derivada de cómo cada país se imagina a sí mismo. Así, España y Japón han revisado su legislación —leyes migratorias y de nacionalidad— para conferir derechos migratorios preferenciales a ciudadanos de sus antiguas colonias y a sus propias diásporas en Latinoamérica, apelando a su pertenencia a la ‘madre patria’ ancestral. Sin embargo, con la reciente crisis económica, primero España (2008) y después Japón (2009) han invertido dicha política a través de programas de retorno voluntario a Latinoamérica, y han vuelto a cambiarla cuando la economía se ha recuperado (Japón en 2013), lo que ha dado lugar a una movilidad pendular entre ambos países y Latinoamérica. Ello revela la importancia de los lazos originados en el pasado para comprender los procesos migratorios actuales. Las leyes, acuerdos bilaterales, programas de retorno y concesiones de re-entrada preferenciales han contribuido, pues, a fortalecer antiguas geografías migratorias.

Sin embargo, no sólo los factores emocionales ni la opinión pública favorable a los latinoaméricanos (España) o a la propia diáspora en Latinoamérica (España y Japón) han influido en la política migratoria y en los flujos. También la coyuntura económica ha sido determinante, tal y como se evidencia en las inflexiones migratorias latinoamericanas a diversas escalas. En este contexto, la crisis financiera de 2008 ha afectado decisivamente al comportamiento espacial de los residentes latinoamericanos en España, de modo que ha hecho disminuir la intensidad migratoria, y ha cambiado la direccionalidad de los movimientos. Con la crisis, la dinámica previa de dispersión territorial se ha frenado, y los latinoamericanos vuelven a concentrarse en las áreas metropolitanas de Madrid y Barcelona, como se demuestra en el análisis territorial y sociodemográfico de los flujos migratorios internos —según los últimos datos de las Estadísticas de Variaciones Residenciales y del Censo de Población de 2011— y haciendo uso de modelos de regresión logística aplicados a cinco agrupaciones de provincias españolas.

La crisis económica mundial ha afectado, pues, a las migraciones latinoamericanas reduciendo su intensidad y cambiando la direccionalidad tanto de los flujos transcontinentales latinoamericanos, como de los internos en España. Esta ha ocasionado una situación de retorno a Latinoamérica y la aparición de pendularidades para las migraciones transoceánicas; y una situación de retorno a las metrópolis para el caso de las migraciones internas en España, tal y como estos dos estudios presentados en el foro de la 8.ª Conferencia Internacional sobre Geografías de la Población han avanzado.

Para mayor información

AVILATAPIES, Rosalia; DOMINGUEZ-MUJICA, Josefina.2015. Latin American two-way transoceanic migrations: economic cycles and public attitudes. Comunicación presentada en la 8th International Conference on Population Geographies, Brisbane, 30 de junio- 3 de julio.

BAYONA-I-CARRASCO, Jordi; THIERS QUINTANA, Jenniffer; AVILATAPIES, Rosalia.2015. Effects of the recent economic crisis on the internal migration patterns of Latin American residents in Spain. New evidence from the latest data. Comunicación presentada en la 8th International Conference on Population Geographies, Brisbane, 30 de junio- 3 de julio.

*Rosalia Avilapies es geógrafa e investigadora en la Universidad de Doshisha, Kioto, Japón.