Mobilidade populacional e educação superior no Brasil: o caso do norte fluminense

Jéssica Monteiro da Silva Tavares1

Elzira Lúcia de Oliveira2

Resumo

A localização da população e os processos de mobilidade espacial são considerados elementos importantes na constituição do espaço urbano. Entre os processos de mobilidade espacial, destaca-se o papel dos deslocamentos pendulares, em especial, os movimentos realizados para fins de estudo que, da mesma maneira que são impulsionados pela dinâmica e demanda da economia, também podem produzir relevante impacto sobre a organização das cidades que experimentam uma integração na escala regional. Embora o principal motivo dos deslocamentos pendulares seja a procura por trabalho, a busca por oportunidades educacionais também é motivação de deslocamentos populacionais. O padrão espacial da localização dos estabelecimentos de ensino, de forma concentrada em determinados espaços, para níveis de ensino médio e superior, leva à necessidade de deslocamentos frequentes entre residência e unidade de ensino por parte de um amplo número de estudantes. O objetivo geral desse trabalho é analisar os movimentos populacionais pendulares por motivo de estudo de nível superior na região Norte do Estado do Rio de Janeiro, principalmente em direção ao município de Campos dos Goytacazes, historicamente reconhecido como polo de educação superior na região. Para investigar a questão se utilizou de abordagem predominantemente quantitativa, utilizando o Censo Demográfico do IBGE de 2010 e do Censo do Ensino Superior do INEP como fontes de dados secundários. Além de identificar os fluxos de origem, identificar-se-á também, de forma resumida, o perfil desses estudantes pendulares. Para entender a centralidade do município de Campos dos Goytacazes na oferta de serviços de ensino, foi calculado o Quociente Locacional (QL) no setor de ensino dos municípios da região, bem como dos municípios classificados pelo IBGE no mesmo nível de hierarquia urbana de Campos dos Goytacazes. Adicionalmente, foi calculado o Índice de Eficácia da Pendularidade (IE) para os municípios da região Norte fluminense. O recorte espacial deste estudo, a região Norte do estado do Rio de Janeiro, tem passado por profundas modificações socioeconômicas e territoriais após a descoberta e exploração de petróleo na Bacia de Campos. O município de Macaé, base operacional da Petrobrás, quadruplicou, passando de 47.221 habitantes em 1970 para 206.728 em 2010. O adensamento populacional e a valorização do solo urbano têm espraiado os efeitos da indústria petrolífera para os municípios limítrofes, como também tem produzido fluxos diários entre vários municípios da região e Macaé, em decorrência da grande oferta de trabalho. Por outro lado, a busca por qualificação, visando em grande parte inserção na indústria petrolífera, também tem gerado fluxos entre os municípios, especialmente com destino à Campos dos Goytacazes, que mantém uma oferta regular de ensino profissionalizante de nível médio e nível superior, por meio de instituições públicas e privadas. Adicionalmente, os recursos de royalties e participações especiais que os municípios impactados direta e indiretamente pela indústria do petróleo recebem, conferem a esses municípios certa folga orçamentária em relação aos demais, com poucas restrições em relação à alocação desses recursos. Sendo assim, os municípios contemplados com esses recursos, especialmente os menores, na ausência de oferta de serviços educacionais no local, fornecem bolsas de estudos e transporte para os residentes estudarem em outro município, geralmente em Campos dos Goytacazes, em função de uma oferta diferenciada na região. A indústria petrolífera sediada em Macaé desloca o eixo dinâmico regional de Campos dos Goytacazes para Macaé caracterizando o atual ciclo da economia do Norte Fluminense, baseado na indústria extrativista do petróleo, responsável pela dinâmica econômica da região. Sendo assim a geoeconomia que se desenha é a centralidade de Macaé em termos de localização industrial, com claros reflexos nos municípios vizinhos, a exemplo de Rio das Ostras. Neste contexto, Campos dos Goytacazes assume centralidade na oferta serviços educacionais para qualificação de mão de obra para a indústria petrolífera. Constatou-se que os deslocamentos populacionais para fins de estudo na região Norte Fluminense ocorrem predominantemente em direção a Campos dos Goytacazes que exerce papel de centro regional, atraindo estudantes de várias partes do estado do Rio de Janeiro e, inclusive de outros estados do Brasil.

Palavras-chave: Movimento Pendular. Estudo. Região Norte Fluminense. Oportunidades Educacionais. Campos dos Goytacazes.

Para mais informações: https://espacoeconomia.revues.org/2335

1 Doutoranda em Geografia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Professora de Geografia na Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC). E-mail: jessicamonteirost@gmail.com

2 Doutora em Demografia (UFMG). Professora Adjunta IV na Universidade Federal Fluminense (UFF). E-mail: elziralucia@id.uff.br

Pequeñas poblaciones en la frontera norte de México

Todos podemos decir algo sobre las ciudades. Y, aunque no seamos especialistas, sabemos cuando estamos en una, y también sabemos hablar de sus vicios y virtudes. Sin embargo, cuando nos preguntamos sobre sus orígenes y circunstancias en el tiempo –lo mismo azarosas que intencionadas– parece necesario abandonar los prejuicios y empezar a considerar sitios o lugares que no es tan obvio referir como verdaderas ciudades. Y con esto no solamente puede uno referirse al tamaño, al número de población o a la altura y cantidad de construcciones, sino a otra cosa distinta: la posibilidad de considerar la huella de la ciudad cuando encontramos, por lo general en pleno campo, proyectos que por una u otra razón no prosperaron, no ganaron relevancia, o simple y sencillamente nunca pensaron en convertirse en tales.

Para comprender mejor las ciudades de la frontera norte de México requerimos conocer el origen de muchas pequeñas poblaciones, durante el periodo de construcción del Estado nacional moderno. Al respecto, es interesante examinar las circunstancias de afianzamiento de cuatro nuevas poblaciones establecidas durante el siglo XIX en el norte de Chihuahua, México: Guadalupe de los Nobles, Ascensión, Hidalgo y Villa Ahumada. Se explican, pues, las estrategias que puso en práctica el régimen borbónico de España en el Septentrión de Nueva España o, más específicamente, en el norte de la Nueva Vizcaya. Puede apreciarse la idea de planeación urbana prevaleciente, los conflictos en torno a su implementación y su situación en momentos específicos (número de habitantes, construcción de casas e iglesias, y obras en canales de riego).

Las estrategias de establecimiento del periodo se inspiraron en las prácticas del siglo anterior. La red de asentamientos se propuso con varias finalidades: protección de caminos para asegurar correspondencias con Nuevo México y tráfico de mercancía, contención de las incursiones de indios, fomento del poblamiento para impulsar la industria de los lugares. Los sitios indicados se repitieron en los sucesivos planes que llegaron hasta la década de 1860, ya en el periodo mexicano. Fueron importantes los planes de 1836, dos del año 1848 –uno de ellos reflejaba la idea de la nación, mientras que el otro las consideraciones de los chihuahuenses–, otro plan de 1864 elaborado por un coronel, y el de 1869 impulsado por el Estado mexicano.

Otro aspecto tiene que ver con la concepción de centros de población habitados por civiles, pero apoyados durante los primeros años de establecimiento por escuadras militares (soldados presidiales). Y la concepción del modelo de dicho asentamiento con base en ideas reunidas en las Recopilaciones de Leyes de Indias, que constituía el conjunto más completo y conocido de reglas y disposiciones. Además de las consabidas reglas para trazar manzanas y calles en cuadros, merece destacarse la idea del ejido como tierra exterior al sitio de las casas construidas. Entre otros elementos, los dos aspectos anotados permiten considerar bajo una luz nueva la serie de pequeños intentos para consolidar los centros de población mencionados. En el caso de Guadalupe de los Nobles es interesante advertir que las mediciones definitivas del ejido se retrasaron hasta la primera década del siglo XX. Para el caso de la colonia Ascensión, el plan se origina como una modalidad de repatriación de nuevo mexicanos hacia el territorio chihuahuense. Un ejemplo relativo a la colonia Hidalgo, hace emerger los antecedentes del siglo XVIII de la villa San Juan Nepomuceno, por lo cual se aprecian los conflictos con nuevas modalidades de asentamiento que entraban en pugna con los planes fraguados décadas antes. Finalmente, también Villa Ahumada obliga a rebuscar en los antecedentes de los asentamientos más viejos: la labor de Moctezuma y el presidio de San Fernando de las Amarillas del Carrizal, para entender que el trazo se dio en términos de un fraccionamiento del ejido.

En los cuatro ejemplos estudiados se ha recurrido a información resguardada en archivos municipales y estatales; también se hicieron exploraciones físicas en los sitios, con la finalidad de contrastar lo que sugieren los documentos de época con los vestigios o permanencias en los lugares.

Todo lo anterior es importante tenerlo en cuenta, cuando se advierte que una importante parte de la historiografía mexicana ha enfatizado la aparición de nuevas modalidades de asentamiento durante el periodo porfiriano (1880-1910, aproximadamente). Y también porque en la frontera sur de Estados Unidos tomaron lugar muchas “boom towns”, como se señala en la historiografía del Southwest. Ambas visiones obligan a reconsiderar las ideas que tenemos sobre los orígenes de muchas nuevas poblaciones.

Para mayor información:

GONZÁLEZ MILEA, Alejandro. Persistencia del ordenamiento territorial borbónico en el norte de México en el siglo XIX:Nuevas poblaciones del norte de Chihuahua. Biblio3W. Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales. [En línea]. Barcelona: Universidad de Barcelona, 5 de julio de 2016, Vol. XXI, nº 1.164. <http://www.ub.es/geocrit/b3w-1164.pdf>. [ISSN 1138-9796].

Distribución territorial del poder en Venezuela: un rompecabezas en disputa

María Andreina Salas-Bourgoin1

La distribución territorial del poder en Venezuela, desde 2006, ha sido un rompecabezas en constante disputa. El territorio nacional se ha cortado, armado, recortado y rearmado según los intereses políticos del gobierno nacional, privando en ello la centralización y la discrecionalidad al otorgar o retirar cuotas de poder.

El rompecabezas administrativo

Los años 80 y 90 del siglo XX fueron icónicos en la distribución territorial del poder en Venezuela. Con base en la Constitución de 1961, se permitió la elección directa de gobernadores y alcaldes, y se transfirieron competencias a estados y municipios junto con los recursos públicos necesarios para ello.

Con la Constitución de 1999, se vislumbraba la profundización de la descentralización. Sin embargo en 2007, en un intento por reformarla, el Presidente Hugo Chávez presentó un proyecto que daba al traste con los avances logrados, pues proponía modificar la división político-territorial y concentrar el poder. Sin embargo, en un momento de cordura, los venezolanos la rechazaron.

Ante el resultado, el gobierno nacional se abocó a incorporar en el ordenamiento jurídico nacional, los principales contenidos del proyecto rechazado, con anuencia del Tribunal Supremo de Justicia. Destaca de ello, la creación (2010) de los inconstitucionales Poder Popular y Estado Comunal, y la transferencia de competencias municipales a organizaciones comunales superpuesta a los estados y municipios ya que, según la Constitución de 1999, la transferencia de competencias a la ciudadanía organizada sólo se puede realizar desde el municipio. El resultado: retorno al centralismo, pero esta vez, fundado en la relación directa organización comunal-poder nacional, que: a) relega a estados y municipios; b) permite que el poder nacional rija el empoderamiento de las comunidades, excluyendo a aquellas no organizadas bajo los preceptos del ‘socialismo’ como doctrina y c) hace inoperantes a las autoridades electas.

El rompecabezas financiero

La reducción de los recursos asignados a estados federales y municipios es otra estrategia para la redistribución territorial del poder pues, dentro del gran reparto nacional, ahora se incluyen a los consejos comunales, comunas y misiones sociales, como si fueran entes con personalidad jurídica y patrimonio propio. Las misiones sociales son programas sociales creados por el Presidente de la República para atender las necesidades fundamentales y urgentes de la población. Son administradas directamente desde el Ejecutivo Nacional y los recursos que las sustentan no forma parte del Tesoro Nacional y son asignados a discreción por el Presidente la República.

La inequidad en tal distribución es la orden del día (cuadro 1): en 2011, alcaldías de los estados Barinas, Falcón, Guárico y Lara recibieron menos recursos por número de proyectos que las organizaciones del Poder Popular correspondientes.

Cuadro 1: Distribución del Fondo de Compensación Interterritorial (Bs)

EstadosGobernacionesN° proyectosAlcaldíasN° proyectosPoder PopularN° proyectos*
Barinas197.142.367,00137113.890.410,00396127.966.373,00125
Falcón219.692.597,00133241.622.076,00811260.690.899,00372
Guárico208.385.507,0090153.058.905,00270197.427.348,00119
Lara222.350.020,0033153.255.930,00134214.949.067,00199

*Únicos datos desagregados, disponibles para el año en cuestión.

Fuente: elaboración propia a partir del Informe de Ejecución Financiera 2011 del Consejo Federal de Gobierno y del Boletín N° 13 del Consejo Federal de Gobierno.

El problema (cuadro 1) no subyace en quién recibió más recursos, sino en la discrecionalidad al momento de distribuirlos, pues ello depende de la propia disputa al interior de los grupos que los administran. Así, la conformación de los consejos comunales difiere altamente en todo el territorio nacional y se asocia a vínculos con los personeros gubernamentales, contradiciendo los argumentos que ‘políticamente’ le fundamentan: la distribución equitativa de los medios para la democracia participativa y la autogestión.

A través de dos casos: Miranda y el Distrito Capital (cuadro 2), se puede apreciar la diferencia en la asignación de recursos. Mientras que Miranda, con más población y consejos comunales, recibió 8,78% de los recursos asignados a escala nacional a estas organizaciones, el Distrito Capital recibió 16,33% de los mismos. Dos explicaciones aplican: el Distrito Capital es sede del poder central y el gobierno estadal de Miranda es opositor al gobierno nacional.

Cuadro 2: Relación número de consejos comunales, población total y recursos asignados al Poder Popular según estados seleccionados, 2011

EstadosN° consejos comunales%Población total%Recursos asignados al Poder Popular (Bs.)%
Distrito Capital1.4663,561.943.9017,14726.034.90316,33
Miranda3.1877,732.675.1659,83390.278.3418,78

Fuente: elaboración propia con base en datos del Instituto Nacional de Estadística, El Intersocial (10.06.2011) y el Informe de Ejecución Financiera 2011 del Consejo Federal de Gobierno.

La Ordenación del territorio y el rompecabezas

Otro aspecto del rompecabezas que representa el territorio para el gobierno nacional es la ordenación del territorio, tan tamizada por intereses políticos en conflicto que, desde 2003, se han planteado cinco proyectos infructuosos de reforma de la ley orgánica que la rige.

Entre los cambios que se plantea hacerle, están: 1) incorporación de autoridades de libre designación y remoción por el Presidente de la República, a los que se subordinarán gobernadores y alcaldes; 2) creación de nueve tipos de planes de ordenación del territorio sancionados por decreto del Ejecutivo Nacional; 3) supresión de la competencia constitucional otorgada al municipio, para ordenar su territorio como un todo y 4) subordinación del ordenamiento urbanístico al ordenamiento hecho por comunas y consejos comunales. Vista así, la ordenación del territorio es autodestructiva, inoperante y contraria a la Constitución, porque el interés del poder nacional por el territorio, radica en su utilidad como instrumento de control político para imponer acciones y voluntades.

Conclusiones

El nuevo reparto del poder en el territorio venezolano se resume en tres dispositivos: 1) traspaso directo y discrecional de recursos públicos a comunidades, en desmedro de los estados y los municipios; 2) transferencias, fuera del marco legal, de competencias estatales y municipales al Poder Popular y 3) creación de una estructura territorial paralela a la constitucionalmente establecida, que responde a lineamientos presidenciales, sin autoridades electas directamente.

En un escenario de subordinación total de la ciudadanía al gobierno nacional, el nuevo reparto del poder se basa en el denominado Poder Popular con competencias gestoras, contraloras y deliberantes que se solapan con los subniveles del poder público, manejando cuotas de poder político y económico, en algunos casos, mayores que la de los estados y municipios. Un Poder Popular que sientan las bases de un gobierno que exalta la figura del Presidente y abre puertas al autoritarismo en sus diferentes expresiones, matices y consecuencias.

Mayor información en

SALAS-BOURGOIN, María. Dinámica territorial del poder político en la Venezuela contemporánea (1961-2013). Cuadernos de Geografía, vol. 25 (1): 95-109, enero-junio 2016.

ISSN En línea: 2256-5442

1 La autora es Profesora Asociada a Dedicación Exclusiva del Instituto de Geografía y Conservación de Recursos Naturales, Universidad de Los Andes. Mérida, Venezuela. bourgoin@ula.ve

Actualmente, cursa el Doctorado en Estudios Políticos de la misma Universidad.

¿Cuantos somos? ¿Cuántos fuimos? La población de América Latina a lo largo de su historia

por Rodrigo Rivero Cantillano*

A veces las preguntas más sencillas son las que resultan más difíciles de responder. Todavía hoy en pleno siglo XXI, no todos los países son capaces de responder con eficacia cuál es el número de sus habitantes. Si planteamos estas preguntas con un sentido histórico, la tarea de darles respuesta se hace aún más difícil.

En América Latina, la historia de la población es un tema central. La catástrofe demográfica que se produjo a raíz de la conquista, su posterior recuperación con base en el mestizaje –ethos de la identidad latinoamericana-, las migraciones masivas durante la primera globalización, el rápido crecimiento demográfico durante la segunda mitad del siglo XX, la emigración hacia el norte del hemisferio americano y Europa durante las crisis del sistema democrático y la década perdida, son sólo algunos hitos que han dejado huellas a nivel social, cultural, político y económico.

Reconstruir la historia de la población de América Latina, a través de la elaboración de series que entreguen totales anuales de población, representa una tarea de gran complejidad, pues a medida que remontamos 1950 los datos se hacen más escasos.

Pero, ¿cómo podemos conocer las cifras de la población latinoamericana de tiempos lejanos? El principal instrumento de registro de la población y sus características lo constituye el censo de población. No obstante, pese a la utilidad que representa para los gobiernos contar con este instrumento, la implementación de un sistema estadístico moderno no fue homogénea en la región, existiendo grandes diferencias en las experiencias de cada país. La mayoría de los países realiza su primer censo a fines del siglo XIX o principios del XX, pero existen casos en los que el retraso en la realización de su primer censo de población llega hasta 1950. De esta manera, a medida que retrocedemos en el tiempo la cobertura censal de la que se dispone es decreciente, lo que representa uno de los principales obstáculos a la hora de intentar conocer la población de la región con una perspectiva histórica.

Ante tales inconsistencias, la misión de reconstruir la población que tuvo América Latina a través de la elaboración de series que entreguen totales anuales de población, representa una tarea de gran complejidad. Como puede observarse en el cuadro 1, la cobertura censal a lo largo de los siglos XIX y XX es discontinua y disminuye a medida que remontamos con una perspectiva histórica 1950. Por otro lado, se certifica en dos casos el retraso en la realización del primer censo de población llega hasta mediados del siglo XX.

Pese a la complejidad que implica este propósito, no es en absoluto imposible. Las lagunas de información ante la ausencia de censos de población, pueden complementarse con distintas fuentes que nos den información demográfica. De este modo, en un trabajo reciente de profesores e investigadores de la Universitat de Barcelona, han construido veinte nuevas series anuales de población para veinte países latinoamericanos, que permiten cubrir la segunda mitad del siglo XIX (desde 1852), todo el siglo XX y hasta el 2000.

Esta tarea tiene valor en sí misma, pero también por el hecho de que es indispensable como insumo para todas las investigaciones que se plantean utilizar la población como una de sus variables. Por otro lado, utilizar series de población fiables y contrastadas, debería mejorar los resultados de todas las investigaciones sobre América Latina que necesitan expresarse en términos relativos al número de habitantes y de esta forma situar el punto exacto de desarrollo en el que la región en su conjunto y cada país han ocupado en las distintas épocas.

Los resultados de este trabajo de reconstrucción de las estadísticas demográficas, muestran una América Latina que crece a un ritmo más alto que otras regiones del mundo entre 1820 y 1973. Migraciones, una mortalidad en retroceso y una relación población recursos naturales que mantenía alto el “techo maltusiano” (con una natalidad elevada y en algunos casos en aumento), se combinaron para explicar un crecimiento excepcionalmente alto. América Latina multiplicó su población 26 veces en 180 años, mientras que en el mismo periodo la población mundial lo hacía por 6 y Europa Occidental por menos de 3.

Los resultados de esta investigación pueden sustentar futuras reinterpretaciones de la historia económica de la región en el largo plazo. La historia de la población de américa latina aún es una disciplina joven, aunque la curiosidad es antigua, sin duda merece ser estudiada con mayor detención.

Para Mayor información:

YÁÑEZ, César; RIVERO, Rodrigo; BADIA-MIRÓ, Marc; CARRERAS-MARIN, Anna. “Nuevas series anuales de población de América Latina desde el siglo XIX hasta el 2000”. Scripta Nova, Vol. XVIII, núm. 471, 10 de marzo de 2014.

Disponible en: http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-471.htm

*Rodrigo Rivero Cantillano es doctorando del programa de Doctorado en Historia Económica de la Universidad de Barcelona.